FONTE: *** Alexandre Faisal, (http://dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).
A participação da mãe no primeiro ano de
vida é fundamental para o desenvolvimento da criança. Um estudo inglês avalia
se a interação do pai com o filho também é.
Você acha que a participação do pai tem
algum efeito no desenvolvimento do bebê ? Clique aqui para votar
No Brasil as mulheres que deram a luz
podem contar com um período de licença maternidade que varia de 120 dias (na
maioria dos casos) até 180 dias (na empresas cidadãs). Isso coloca o Brasil na
companhia de mais 50 países que respeitam as recomendações da OIT (Organização
Internacional do Trabalho), que propõe além de 14 semanas de afastamento, o
pagamento de pelo menos 2/3 do salário da mulher. Mas nós brasileiros ficamos
longe de países como Croácia, Reino Unido e Noruega que oferecem à mamãe, 13,
12 e 11 meses, respectivamente, de afastamento do trabalho. Mas e o papai como
fica nesta história ?. A mesma OIT não preconiza nenhum padrão para
licença-paternidade e, de fato, a grande maioria dos países não oferece nenhum
tipo de benefício ao papai. Existem exceções como a Noruega (sempre ela) que
possibilita 112 dias e os Estados Unidos com 84 dias de licença-paternidade. Na
América Latina, as licenças são de 2 dias na Argentina e 4, no Peru. No Brasil
5.
A questão, no entanto, é se a
presença dos pais pode ter alguma influência no desenvolvimento da criança.
Pois bem, um estudo realizado em Londres avaliou o impacto do tipo e qualidade
da interação pai-bebê, aos 3 e 24 meses, sobre o desenvolvimento cognitivo da
criança, mensurado pela conhecida escala Bayles. 192 duplas de pais-bebês
participaram da pesquisa. Aos 3 meses, os pais erma convidados a falar e
brincar com o filho, sem o auxílio de brinquedos. Esta interação era gravada e
analisada. As análises controlaram a idade paterna e da criança, nível
educacional, depressão e até a interação mãe-bebê. Um dos resultados mais
interessantes mostra que, aos 3 meses, crianças cujos pais apresentaram
comportamentos mais retraídos e depressivos nas interações com seus bebês meses
apresentaram menor pontuação na escala de desenvolvimento cognitivo. Aos 24
meses, o mesmo efeito, quanto pior a interação pior a pontuação das crianças.
Os autores destacam a importância
potencial das intervenções para promover a participação dos pais no início da
vida das crianças e as políticas que incentivam os pais a passar mais tempo com
seus filhos quando eles ainda são bem pequenos. Aposto que os futuros papais
vão mostrar esta pesquisa para seus patrões quando chegar a hora do bebê
nascer.
(Sethna et
al. Father-Child Interactions At 3 Months And 24 Months: Contributions To
Children's Cognitive Development At 24 Months. Infant
Ment Health J. 2017).
Sobre o autor.
Alexandre Faisal é
ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do
Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo
Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia
Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos
entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP
(FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras
médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas
e eventos
Sobre o blog.
Acompanhe os boletins
do "Saúde feminina: um jeito diferente de entender a mulher" que
discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus parceiros. Uma abordagem
didática e descontraída das mais recentes pesquisas nacionais e internacionais
sobre temas como gravidez, métodos anticoncepcionais, sexualidade, saúde
mental, menopausa, adolescência, atividades físicas, dieta, relacionamento
conjugal, etc. Aproveite.
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