FONTE: Maria Júlia Marques, Do UOL, em São Paulo, (http://estilo.uol.com.br).
Quando ouvimos a palavra produto falsificado, logo
pensamos em cópias de roupas de luxo e eletrônicos. Mas você já parou para
pensar sobre medicamentos falsificados? Uma pesquisa divulgada pela
farmacêutica Sanofi mostrou que os brasileiros são os latino-americanos que
menos associam a palavra falsificação a remédios. O estudo foi feito em
dezembro de 2016 e contou com a participação de mais de sete mil moradores da
Argentina, Brasil, Guatemala, Equador, Peru, México e Colômbia.
“Nosso país realmente possui um setor farmacêutico
sério, bem regulado pelas autoridades e com atuação responsável dos
laboratórios. Porém, a questão da falsificação é muito abrangente e falta a
percepção de que o problema não se restringe aos acessórios”, explica Luciana
Giangrande, diretora médica da Sanofi.
A falsificação de medicamentos aumentou
significativamente na América Latina e o tráfico de remédios mostrou ser de
10 a 25 vezes mais rentável do o que de narcóticos, segundo dados do
Instituto Internacional para Pesquisa Contra Falsificação de Medicamentos.
Relatórios da OMS (Organização Mundial da Saúde)
confirmam que os países mais afetados estão na Ásia, África e na América
Latina, onde os medicamentos falsificados podem representar até 30% do mercado.
“A ameaça [dos remédios falsos] ainda é reconhecida
de maneira insuficiente. É essencial mobilizar pacientes para que eles fiquem
mais bem informados a respeito dos riscos”, diz Geoffroy Bessaud, diretor
coordenador da Sanofi do combate contra medicamentos falsificados. Os
medicamentos falsificados não têm eficácia e segurança comprovadas e
representam um grande risco de piora do quadro do paciente.
Além de
não pensar em remédios quando o assunto é falsificação, o estudo apontou que os
brasileiros também se mostraram os menos conscientizados a respeito de
medicamentos falsos. Ou seja, eles não costumam falar sobre remédios nem
acreditam que são informados o suficiente a respeito do assunto.
Mas algumas pequenas dicas podem ajudar a
identificar estes vilões. O Ministério da Saúde aconselha o consumidor a ficar
atento à faixa de tinta reativa, que ainda não conseguiu ser falsificada. A
tarja é aquela que fica na caixa do medicamento e ao entrar em contato com
metal, como a chave do carro ou uma moeda, revela a palavra “qualidade”.
Você também pode ver se há um número de SAC na
embalagem (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e conferir se funciona, além de
comparar o número do lote na cartela interna e na caixinha.
Preços muito abaixo do mercado também podem ser um
sinal, e o MS informa que a categoria que mais encabeça casos de falsificação é
a de medicamentos para disfunção erétil, como o Viagra, seguida por remédios de
alto valor agregado, como os para câncer.
Fique atento! A composição de remédios falsificados
pode variar muito desde ordens alteradas a ausência do princípio ativo e
inclusão de outras substâncias, de acordo com Giangrande. Assim, os medicamentos
falsos não têm eficácia para tratar o paciente, podem piorar o quadro clínico e
até gerar outras respostas como novas infecções.
Estes
medicamentos podem ser fabricados no Brasil ou em países que fazem fronteira. O
MS afirma que eles podem ser achados em farmácias, drogarias, postos de
combustíveis, lanchonetes, entre outros.
Giangrande completa contando que também aparecem em
bancas de rua e sites não habilitados para venda de remédios. “Por isso, é
essencial que o paciente faça compras em farmácias ou serviços de delivery
idôneos e devidamente autorizados.”
Caso você se depare com uma dessas cápsulas, é
recomendado entrar em contato com as autoridades para eles investigarem o
medicamento. Contate a Anvisa (08006429782), as vigilâncias sanitárias locais,
o Ministério Público ou a polícia de seu Estado.
A falsificação é crime com penalidades que vão de
multas --entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão-- até o cancelamento da licença e da
autorização de funcionamento de estabelecimentos (em caso de comércios que
comercializem os falsificados).
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