FONTE: Saulo Miguez (saulo.miguez@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Veja o que
mudar em sua vida para ter mais saúde e longevidade.
O
número de brasileiros portadores de doenças crônicas cresceu na última década.
De acordo com o Ministério da Saúde, houve um aumento de 61,8% de casos de
diabetes e de 14,2% de hipertensão. Além disso, mais da metade da
população está acima do peso e 18,9% dos brasileiros estão obesos.
Esses
problemas estão associados, principalmente, a maus hábitos alimentares e de
vida. A pesquisa, divulgada em abril deste ano pelo sistema de vigilância de
fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico
(Vigitel), ouviu 53.210 pessoas com mais de 18 anos nas capitais do país. De
acordo com o endocrinologista Fábio Trujilho, a obesidade e o sedentarismo são
os principais responsáveis pelo o significativo aumento do número de diabéticos
no Brasil.
O
CORREIO ouviu especialistas de diferentes áreas e listou 10 alimentos e
costumes do dia a dia que aumentam o risco à saúde, e como fazer para evitar
esses problemas e ter uma vida mais longa.
Os males x Os antídotos.
Açúcar branco.
Sofre
adição de produtos químicos para atingir a coloração branca e neste processo
perde vitaminas e sais minerais. Tem valor calórico entre 5 e 10 vezes maior
que a maioria das frutas. Seu consumo em excesso pode causar obesidade e
diabetes.
Antídoto: Segundo a
nutricionista Graziela Brandão, o ideal é reduzir ao máximo as doses de açúcar,
ou utilizar tipos com índices glicêmicos menores, como o de coco. Os diabéticos
devem evitá-lo.
Sal refinado.
O
refino retira a maioria dos minerais, à exceção de sódio e cloreto. O consumo
excessivo pode levar à hipertensão, doenças cardiovasculares, renais e câncer .
Antídoto: Graziela
recomenda tirar o saleiro da mesa na hora das refeições. Além disso, as pessoas
devem ficar atentas ao consumo de molhos prontos, comidas congeladas e temperos
industrializados pois usam o sódio em excesso. O consumo adquado de sla é de
apenas 5g/dia.
Grãos processados (arroz branco e outros).
Têm
menos fibras que grãos integrais. Possuem alto índice glicêmico e por
isso aumentam o risco de diabetes, câncer de intestino e de acúmulo de gordura
abdominal.
Antídoto: A receita é
seguir a recomendação do jornalista americano Michael Pollan: “Não coma
nada que sua avó não reconheça como alimento”. A nutricionista recomenda
o uso de farinha de trigo integral e ingredientes menos processados, como
farelos e flocos, em substituição às farinhas processadas.
Refrigerante.
Antídoto: A nutricionista
recomenda a substituição da bebida por água de coco, água aromatizada com
frutas, sucos naturais sem açúcar e até mesmo água com gás mas com baixo teor
de sódio.
Tabaco.
De
acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o tabaco é
responsável por 6 milhões de mortes em todo o mundo. Ele é fator de risco para
cerca de 50 doenças. O endocrinologista Fábio Trujilho explica que o cigarro
está intimamente ligado ao diabetes. “Ainda não se sabe ao certo como se dá
essa associação, mas ela existe”, disse.
Antídoto: O cardiologista
Luiz Ritt orienta às pessoas que ainda fumam a procurarem ajuda especializada
para se livrarem do vício. “É importante esse tipo de ajuda para que as pessoas
parem e não retornem", justifica.
Álcool.
Segundo
o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o consumo excessivo de álcool pode
causar dependência química e problemas como cirrose, pancreatite e
câncer, além de doenças cardíacas. Além disso, al alterar estados mentais, o
consumo desta droga legalizada está associado a mortes no trânsito e a demais
comportamentos de riscos, a exemplo da prática de sexo sem
camisinha.
Antídoto: Da mesma forma
que o tabaco, a recomendação é uma só: parar. A orientação vale para as pessoas
que sofrem de problemas mais graves ou são dependentes. Para as demais, é
melhor evitar ou restringir ao máximo o consumo.
Beber pouca água.
A
ingestão de no mínimo 2 litros de água por dia evita problemas renais. O
dentista Mateus Dias conta, ainda, que beber pouca água pode aumentar o
risco de aparecimento de cáries e provocar mau hálito, uma vez que a salivação
fica comprometida.
Antídoto: Aplicativos
disponíveis para smartphones lembram de que está na hora de hidratar o corpo.
Eles podem ser baixados gratuitamente.
Estresse.
De
acordo com o cardiologista Luiz Ritt, o estresse funciona como gatilho para
casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou infartos. “Nas pessoas
que têm fatores de risco, uma situação estressante pode levar a um aumento de
pressão e desencadear um infarto”, diz. O estresse libera cortisol no organismo,
o que eleva o risco de diabetes. De acordo com a psicóloga Luciana
Ventin, as pessoas devem estar atentas ainda à síndrome de Burnout, que é o
esgotamento profissional decorrente de estresse prolongado no trabalho. A
síndrome pode levar à depressão e ao suicídio.
Antídoto: A psicóloga
recomenda que as pessoas dediquem à saúde mental a mesma atenção aplicada à
saúde do corpo. “Do mesmo jeito que fazem exames médicos de rotina, devem fazer
exames psicológicos”. Aconselha, ainda, atenção às reações do organismo em
situações tensas para procurar ajuda especializada.
Sedentarismo.
Quarto
fator de risco de morte no mundo, de acordo com a OMS, o sedentarismo contribui
para a disseminação de diabetes, obesidade e infarto. Segundo o educador físico
Guilherme Valero, pessoas sedentárias sofrem perda de massa muscular, dores
articulares e baixa autoestima.
Antídoto: Valero recomenda
que as pessoas façam da atividade física um momento de prazer. Para isso, é
necessário encontrar o esporte que mais a agrada. “Eu sempre falo que o
exercício mais completo é o que dá mais prazer".
Glúten.
Dieta
sem glúten é recomendada para pessoas que sofrem de doença celíaca, enfermidade
autoimune que gera danos à mucosa intestinal. A nutricionista Graziela Brandão
explica que quem sofre deste mal não pode sequer compartilhar talheres usados
para cortar pães.
Antídoto: A alternativa
para quem quer fugir do glúten é o consumo de pães feitos de raízes ou a
substituição dos pães por tapioca ou por raízes cozidas.
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