FONTE: Agência Brasil (redacao@correio24horas.com.br), CORREIO DA BAHIA.
A venda começou
em 16 farmácias de 11 dos 19 departamentos do país.
O
Uruguai começou a vender, nesta quarta-feira (19), maconha para uso recreativo
nas farmácias como resultado de uma lei pioneira de 2013. A iniciativa inédita
no mundo faz do país o primeiro a aplicar um controle estatal sobre a produção,
a compra e a venda da substância. As informações são da Agência EFE.
A
venda começou em 16 farmácias de 11 dos 19 departamentos do país, que tem menos
de 3,5 milhões de habitantes e mais de mil farmácias em todo o território.
As
4.959 pessoas registradas como consumidoras vão poder comprar o produto em
vasilhas de 5 gramas por 187 pesos uruguaios (cerca de R$ 20).
Cada
pessoa poderá comprar no máximo 10 gramas por semana e até 40 gramas por mês.
Serão
distribuídas duas variedades de maconha, que foram denominadas Alfa I e Beta I,
ambas com média de 2% de tetrahidrocanabinol (THC), o componente psicoativo da
planta.
A
Alfa I é um híbrido de predominância índica e 7% de cannabidiol (CBD) e tem
efeitos psicoativos que se manifestam em nível físico.
Já
a Beta I é um híbrido de predominância sativa com 6% de CBD e efeitos
psicoativos em nível cerebral.
No
momento da compra, os consumidores não precisam revelar nenhum tipo de dado
pessoal, já que terão acesso à erva por um sistema que reconhece sua impressão
digital.
A
venda da maconha em farmácias completa as três etapas previstas na Lei de
Regulamentação da Maconha, aprovada em 2013, durante o governo do então presidente
José Mujica (2010-2015), para o acesso ao uso recreativo da droga, e que também
estabeleceu as regras para cultivo doméstico e os clubes cannábicos,
habilitados desde 2014.
Suave.
A
produção que circula a partir de hoje nas farmácias foi cultivada com sementes
que chegaram do exterior por meio de duas empresas adjudicatárias do Estado,
Symbiosis e International Cannabis Corp.
"Foi
um esforço sumamente importante", declarou à Agência EFE o engenheiro
agrônomo Eduardo Blasina, sócio da Symbiosis, que acrescentou que, durante os
três anos e meio que se passaram desde a aprovação da lei até a distribuição da
substância, a empresa trabalhou sem receber "nem um peso".
As
plantas, que foram cultivadas em um prédio contíguo ao Presídio de Libertad,
uma prisão situada no departamento de San José, ao sudeste do Uruguai, são
"suaves em sua composição", segundo detalhou o engenheiro agrônomo.
"Não
vão dar uma experiência transformacional de percepção, simplesmente vão
permitir desfrutar do sabor e de uma sensação muito leve", comentou
Blasina sobre a substância que o Estado oferece nas farmácias.
Blasina
disse que as pessoas que querem experimentar sensações "mais
sofisticadas" podem ter acesso à substância através das outras duas vias:
o cultivo doméstico ou os clubes cannábicos.
As
três vias de acesso à substância são excludentes entre sim e requerem o
registro perante o Instituto de Regulamento e Controle do Cannabis (Ircca),
encarregado de fiscalizar e controlar a regulamentação e implementação da lei.
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