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O
consumo da planta não é a forma correta de aproveitar os benefícios.
Se você fosse
procurar uma forma de melhorar a saúde dos seus dentes, provavelmente passaria
longe de alimentos que são fonte de açúcar, certo? Mas, sem querer, foi
exatamente na cana que pesquisadores brasileiros encontraram uma proteína que
pode ajudar a nos proteger das cáries e de erosão dentária.
Vinícius Taioqui
Pelá, biólogo e doutorando na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar),
pesquisa o assunto e busca formas de prevenção das duas doenças há cinco anos.
As cáries são conhecidas como as maiores vilãs dos dentes, causadas por ácidos
produzidos pelas bactérias da boca. Mas a erosão é outro grande problema,
aponta o pesquisador. Esse desgaste também é consequência de ácidos, que podem
vir de dentro do próprio corpo, como os do estômago, ou ingeridos, como
refrigerantes e frutas cítricas.
Dentre possíveis
soluções para as doenças, ele estudava a cistatina – uma proteína
ácido-resistente – mas sabia muito bem o quanto ela pode custar caro,
chegando ao valor de R$ 3 mil por um frasco com 50 µg. Visto a inviabilidade de
incluir uma substância tão cara em produtos comerciais, como pastas de dentes e
enxaguantes bucais, ele continuou buscando outras opções.
Até que, por
coincidência, sua orientadora, Marília Afonso Rabelo Buzalaf, ouviu um nome
familiar enquanto participava da banca de doutorado sobre o uso da cana de
açúcar para inibir pragas. “Ela escutou e falou: ‘Nossa! A cistatina! A gente
estuda também”, relata Pelá.
Encontrar a
proteína em um meio tão comum no Brasil foi apenas a primeira das boas notícias
que os pesquisadores tiveram. Depois de testes, ela apresentou uma
característica não encontrada em nenhuma outra proteína usada para proteger os
dentes: ela não desnatura em temperaturas elevadas.
Apesar dos bons
resultados, incluir a cana de açúcar na dieta não é a forma correta de se
beneficiar da proteção. “A cana tem a proteína, mãs não em quantidade
suficiente para proteger da erosão dentária. Não significa que comendo algum
derivado da cana você vai proteger os dentes”, alerta Pelá.
Para que se
forme uma ‘película’ protetora mais duradoura do que a natural, é preciso uma
concentração maior da proteína do que obtemos ao consumir a cana de açúcar. A
equipe do professor Flávio Henrique Silva, também da Ufscar, conseguiu clonar a
cistatina usando a bactéria E.coli, que posteriormente é separada do produto
que será aplicado nos dentes.
Atualmente, a
proteína está sendo testada em voluntários. “A gente coloca um aparelhinho com
dentes na boca da pessoa e ele simula a doença”, explica o pesquisador. Os
dentes afetados não são os do próprio paciente, para não causar problemas aos
voluntários, caso a proteína não funcione. Mas, até agora, Pelá afirma que os
resultados foram positivos.
A pesquisa é
feita pelo doutorando da Ufscar e sua orientadora dentro da USP, na
Faculdade de Odontologia de Bauru. A equipe de Flávio Henrique Silva, que
estuda proteínas e também faz parte do projeto, fica na Ufscar. Eles já
conseguiram publicar artigo na conceituada Journal of Dental Research,
inclusive com a participação da universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Agora, Pelá explica que a equipe está estudando as formas de incluir a
cistatina em produtos comerciais.
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