Adoradas por muitas
crianças, os combos infantis de fast-foods geram preocupações em
diversos pais, que ficam em dúvida de quanto desses alimentos podem entrar no
cardápio dos filhos sem prejudicar a saúde.
Algumas redes até
buscam oferecer opções "mais saudáveis" para os pequenos. O
McDonalds, por exemplo, anunciou na semana passada alterações nutricionais no
McLanche Feliz com esse objetivo. As combinações do kit sofreram uma redução de
até 71% de gorduras totais e agora têm no máximo 600 calorias, sendo que menos
de 10% desse valor são provenientes de açúcar adicionado.
Mas será que só isso é
suficiente para que alimentos desse tipo entrem na rotina das crianças? E a
partir de qual idade os pequenos podem comê-los?
De acordo com Madalena
Vallinoti, nutricionista clínica do Sindicato dos Nutricionistas do Estado de
São Paulo, não é indicado que menores de 10 anos consumam esse tipo de
lanche. Ao ser exposta muito cedo a ele, a criança fica muito sujeita ao
gosto convidativo dos alimentos e vai desejá-los muitas vezes.
"Essas
refeições são ultraprocessadas e possuem uma série de substâncias que não são
boas para saúde, especialmente para crianças, como aditivos químicos e
gorduras saturadas", explica Vallinoti. Além disso, muitos alimentos
oferecidos nos kits não são ricos nutricionalmente e possuem uma oferta baixa
de vitaminas e minerais. Também são pobres em fibras, que garantem saciedade.
Durval Ribas Filho,
presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) diz que as
mudanças positivas no lanche dos pequenos nem sempre funcionam, pois os
pais pedem um combo completo, muito maior do que o dos filhos, que acabam
querendo a comida dos adultos.
"Em qualquer
trabalho científico simples, no qual seja possível observar as crianças,
podemos ver que elas choram e não se contentam com as porções restritas a
elas", explica o nutrólogo.
Quantas vezes por mês
está liberado comer?
De acordo com dados de
uma pesquisa de mercado divulgada pelo McDonalds, os brasileiros visitam a
rede, em média, 1,5 vez ao mês. Vallinoti acredita que essa frequência, que é
caracteriza como uma eventualidade na rotina, não tende a prejudicar a saúde --e
vale tanto para crianças quanto jovens e adultos.
Em dias que os pais não
sentem vontade de cozinhar, fazer um lanche em casa, com alimentos naturais,
diferentes verduras e melhor controle de gorduras e calorias é uma alternativa
benéfica.
"Além de criar uma
refeição de melhor valor nutricional em comparação a um fast-food,
envolver as crianças na preparação faz com que elas conheçam os alimentos, usem
a criatividade e associem o ato de cozinhar a um momento divertido, em
família", indica Vallinoti.
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