Todo fim de ano é a mesma história: alunos penam com provas e trabalhos,
pais enlouquecem com as notas dos filhos, o bolso sofre com presentes ou
viagens, e as festas de confraternização alteram a rotina, o sono e a balança.
O resultado inevitável é o estresse e, com ele, podem vir conflitos e
emoções negativas.
Um levantamento recente, que contou com 2.000 norte-americanos, mostra
que 88% das pessoas se sentem sobrecarregadas nesta época do ano e que os casais
têm, em média, sete discussões ou brigas durante a temporada. Os principais
motivos para as desavenças são: onde passar as Festas (citado por 35% dos
entrevistados), quanto gastar em presentes (31%), e com qual família celebrar
(29%). Até a responsabilidade pelas ceias ou pela louça entram na lista dos
atritos comuns entre marido e mulher ou namorados.
A pesquisa, conduzida pelo instituto OnePoll e, veja só, patrocinada por
um fabricante de remédio para azia, ainda mostra como a época é propícia para
climas de tensão entre parentes. Mais da metade dos participantes (56%) admite
que precisa se esforçar para ficar quieto e evitar discussões com alguém da
família. A lista de assuntos mais evitados é, claro, política (68%). Em seguida
aparecem comentários sobre a vida pessoal de alguém (55%) e religião (47%). No
Brasil, depois do clima tenso registrado nas eleições presidenciais, é provável
que muita gente tenha que aumentar a vigilância para evitar um novo mal-estar.
Se as pessoas tendem a brigar mais porque estão mais cansadas e
sensíveis, as próprias discussões acabam virando motivo de estresse. Para
piorar tudo, além da tensão de sobra, há outros excessos que só agravam o
clima. Até quem evita o álcool acaba cedendo a uma taça para comemorar, e a
bebida deixa todo mundo mais desinibido e propenso a falar ou fazer o que não
deve.
O levantamento americano indica que 85% exageram na comida nas Festas,
sendo que metade dos entrevistados admite que até se veste com roupas um pouco
mais largas e confortáveis para não ter que abrir o botão da calça depois de
jantar. Para quem sofre para se controlar diante de guloseimas, toda essa
fartura acaba sendo mais um motivo de estresse e frustração do que motivo para
celebrar.
Um estudo feito há alguns anos pelo International Stress Management
Association no Brasil, com 678 entrevistados, indica que, por aqui, o nível de
tensão aumenta cerca de 75% no mês de dezembro. Excesso de compromissos,
trânsito, lojas lotadas e estouro do cartão de crédito estão entre as
principais causas de sofrimento.
Outro levantamento mais antigo feito nos EUA, pelo Consumer Reports
National Research Center, também destaca o efeito deletério das filas para os
nervos (mencionada por 68% dos 1.000 entrevistados), e menciona outras fontes
de irritação que parecem bobas, mas nem tanto: as canções repetitivas de Natal
(23%), as gorjetas (12%) e a obrigação de ser gentil com os outros (15%).
Muita gente ainda considera a época complicada porque faz lembrar de
pessoas queridas que já se foram. Jovens que acabaram de enfrentar a separação
dos pais costumam se sentir tristes ou aflitos ao ter que deixar um dos dois de
lado durante as celebrações. E há quem fique chateado ao fazer um balanço do
ano e ver que certas coisas não mudaram para melhor.
Dá para evitar o trânsito, as filas, os gastos e a saudade? É difícil. Certos compromissos sociais também são inevitáveis, por isso o melhor a fazer é
deixar temas polêmicos de lado mesmo e, na medida do possível, cercar-se de
quem você gosta. Por mais que seja difícil arrumar tempo, praticar alguma
atividade física, evitar álcool em excesso e dormir bem são medidas que
interferem no humor mais do que você pode imaginar. Por último, tente não se
cobrar demais: toda família tem problemas, todo mundo tem fraquezas e, se não deu
para realizar um sonho ou meta em 2018, ainda tem o ano que vem pela frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário