A falta de proteção e o descuido na utilização do preservativo são alguns
fatores que contribuem para a disseminação de doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs). Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre
2007 e 2017, a notificação de casos de HIV de pessoas entre 15 e 24 anos
aumentou cerca de 700%. No mesmo período, o número de novos casos de sífilis
cresceu 133% entre mulheres grávidas.
Diante do aumento preocupante na incidência de DSTs no Brasil, o
farmacêutico Adriano Ribeiro, da Extrafarma, revela os principais mitos e
verdades relacionados aos preservativos, reforçando a importância do uso
correto desses produtos para prevenir enfermidades, além de gravidez
indesejada.
Confira:
O uso do preservativo
não é necessário no sexo oral.
Mito - DSTs como HPV, hepatites B e C, clamídia e
gonorreia, podem ser transmitidas por meio das relações orais desprotegidas.
Além disso, a transmissão do HIV por meio do sexo oral, apesar de difícil, não
é impossível. Lesões na mucosa na boca podem favorecer o contágio, tornando o
uso do preservativo imprescindível.
Preservativo tem prazo
de validade.
Verdade - Como qualquer outro produto, os
preservativos sofrem degradação com o tempo e, se não estiverem nas melhores
condições, perdem a eficácia, rompendo com maior facilidade. Além de respeitar
o prazo de validade informado na embalagem, é recomendável tomar alguns
cuidados ao conservar esses produtos. Os preservativos devem ser guardados em
locais secos e sem exposição ao sol. Evite dobrá-los, amassá-los ou mantê-los
por muitos dias dentro da carteira, do bolso ou da bolsa.
A proteção é maior se
forem usados dois preservativos.
Mito - O uso de preservativos sobrepostos leva
a um maior atrito podendo promover um rompimento mais fácil de um deles ou de
ambos, diminuindo a proteção.
Pode-se colocar o
preservativo imediatamente antes da ejaculação.
Mito - Tanto para a prevenção de gravidez como para a
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis a prática é ineficaz, já que a
falta do preservativo no início da relação permite o contato entre mucosas e é
comum haver a liberação de sêmen muito antes de a ejaculação ocorrer.
Usar preservativo
masculino e feminino ao mesmo tempo aumenta a proteção.
Mito - Assim como o uso de dois preservativos
masculinos sobrepostos, usar os dois tipos de produto ao mesmo tempo na verdade
diminui a proteção, pois aumenta o risco de rompimento dos preservativos por
causa do atrito entre eles.
Produtos com sabor,
textura ou cores diferentes não são tão efetivos.
Mito - Características como textura, sabor ou cor não
afetam a eficácia do preservativo. O mais importante na hora da compra é
escolher marcas confiáveis e certificar-se de que o produto tem sua qualidade
atestada pelos órgãos de controle responsáveis.
Preciso procurar um
médico se o preservativo ficar preso dentro da vagina.
Verdade - Se o preservativo escapar durante a relação e
não for possível tirá-lo com os dedos, é necessário procurar um médico o quanto
antes para retirá-lo com segurança. Deixar o preservativo dentro da vagina por
muito tempo pode causar alergias e até mesmo infecções. Para prevenir o
problema, é importante certificar-se de que o preservativo usado não seja maior
que o tamanho adequado.
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