A confraternização de
fim de ano entre presos e familiares na Penitenciária de Alta Segurança de
Charqueadas, no Rio Grande do Sul, que aconteceu no último domingo (9), gerou
revolta entre os funcionários do local. Isso porque contou com 121 quilos de
carnes como picanha, maminha e vazio, no valor de R$ 2,6 mil.
O pedido foi entregue
no nome do traficante Juraci Oliveira da Silva, mais conhecido como Jura. De
acordo com o portal GaúchaZH, a nota fiscal da compra foi compartilhada em
grupos de Whatsapp de agentes policiais e servidores públicos da
Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Ao saber do assunto,
funcionários desabafaram e lamentaram o fato de uma prisão de alta segurança,
que já foi reconhecida por sua disciplina, agora ser dominada pelos
presidiários. "A cadeia está virando uma piada. Os presos não sentem o
peso da pena, e o cara se indigna porque ninguém faz nada para mudar. A
administração entregou a cadeia nas mãos dos presos", disse um servidor.
Ele ainda comentou que,
no dia do churrasco, o presídio recebeu número de visitas acima do normal,
dificultando o controle dos presos e a segurança do local. "Os familiares
deles vieram todos e liberaram uma maior quantidade de visita hoje por cada
preso. O complexo está cheio de criminosos escoltando e esperando as
visitas", comentou.
Após a Promotoria de
Execução Criminal de Porto Alegre informar que abriu investigação para apurar o
caso, o Ministério Público agora busca saber quem fez o pedido, quem
pagou e quem entregou as compras. Como os presidiários também adquiriram duas
facas, o MP averigua ainda como os objetos cortantes foram utilizados.
Preso no Paraguai,
desde 2010, o traficante Juraci Oliveira da Silva cumpre pena por tráfico de
drogas e homicídio na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Além de
ser o chefe do tráfico na Zona Leste de Porto Alegre, ele ainda é responsável
pela morte do então vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio
Grande do Sul (Cremers), em 2008.
Em 2015, Jura já havia
admitido que comandava a venda de drogas de dentro da prisão.
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