sexta-feira, 13 de maio de 2016

ME TOCO: MITOS E PRECONCEITOS QUE ENVOLVEM A MASTURBAÇÃO FEMININA...



Eu me toco, tu te tocas, nós nos tocamos.

Por Iasmin Sobral.
Com um toque leve e gentil sinto meu íntimo. Macio. Suave. Aquecido.
Nas pontas dos dedos me sinto derreter. Úmida. Prazerosa.
Com um movimento circular que se prolonga, dou voltas dentro de mim.
Me toco. Me sinto leve, excitada. Um prazer simples e natural.
Desejo mais, desejo tudo, me desejo…
Respiro fundo, ofegante. E quero mais.
Me toco novamente. Me sinto cada vez mais íntima comigo mesma. Excitada.
Com as pontas dos dedos encharcadas de prazer continuo até o fim.
E o fim chega de maneira arrebatadora.
Me falta ar e é bom. Libertador. Um prazer todo meu.
Me toco. Me sinto livre. Dona do meu próprio corpo, do meu próprio prazer.
Me toco, sim, porque posso e gosto. Você, se puder, se toque.
(Respire com calma e agora podemos continuar…)
Não tenho medo de falar sobre a masturbação feminina. E porque teria? Se é algo tão bom e prazeroso (há quem diga necessário…). Infelizmente, apenas “X %” das mulheres praticam o sexo em si mesmas. Ou pelo menos só essa parte assume fazer.
Mas, acreditem, não tem motivos para qualquer tipo de preconceito ou desconfiança. De acordo com a psicóloga e educadora sexual Laura Muller, em seu livro ‘Altos Papos Sobre Sexo – dos 12 aos 80 anos’, a masturbação não vicia, não significa traição, não provoca danos ao corpo e, o melhor, pode ser feita por mulheres ou homens.
Ah, caso esteja se perguntando, a Laura é aquela lá, famosa pela sua participação no programa ‘Altas Horas’. Em seu site, inclusive, a sexóloga responde a uma pergunta básica e rotineira sobre a masturbação feminina: “É errado a mulher sentir prazer sozinha?”.
Não! Muito pelo contrário… Segundo Laura, “a masturbação é considerada uma prática sexual saudável e necessária. É com ela que a mulher aprende a conhecer seus pontos de prazer, as áreas onde os toques são super excitantes”. Simples, não é?
Mas, porque tanto drama para falar sobre o corpo feminino? Sobre seu sexo? Sobre a relação da mulher consigo mesma? O grande problema é esse tabu que ainda existe, fruto da repressão sexual que nasceu há séculos atrás.
Obviamente viver numa sociedade machista também contribui para a permanência desses discursos, né? Além disso, há pouco tempo nós éramos apenas um meio de satisfazer os prazeres dos homens.
Isso nos traz conseqüências até hoje. É só olhar os filmes pornográficos, por exemplo, onde sempre somos submissas aos desejos masculinos. Somos dominadas, levamos tapas, xingamentos e somos tratadas como prostitutas. Há quem goste disso, e eu realmente não vejo problema nenhum.
O problema é que isso só demonstra o quanto as mulheres ainda são levadas a uma repressão sexual, quando, na verdade, a liberdade é extremamente importante para mulheres, homens e casais (homos, heteros ou qualquer que seja a mistura deles).

É daí também que vem aquela velha historinha (insuportável) de que a mulher precisa ser ‘santa na rua e puta na cama’. Se ser santa quer dizer não poder falar sobre meus desejos e relações, prefiro, então, ser puta – sem toda a conotação ruim que vem com a palavra (afinal, no final, somos todas vadias, falando sobre sexo ou não).
Maaas… parece que o jogo virou, não é mesmo? O forninho caiu e a Giovana não segurou. Assim como esse tipo de pensamento não vai se sustentar por muito tempo (rezo intensamente todos os dias por isso).
Está na hora de nos libertarmos de verdade! Se toque, se sinta. Descubra o que você gosta. Tenha certeza que essa é uma experiência única e maravilhosa, e vai te ajudar bastante também na sua vida sexual a dois (ou a três, a quatro… não vamos delimitar números…). No fim, o que importa mesmo é amar, gozar e ser feliz. Então, se você faz isso melhor sozinha, não tenha medo de continuar! Se toque.

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