A doença do século,
muitos vezes é confundida com um sentimento de tristeza, e entender as diferenças
é fundamental para o diagnóstico precoce.
É só tristeza?
A tristeza é um
sentimento momentâneo, considerado saudável e até importante pelos médicos.
Ajuda na elaboração das perdas, ou sofrimentos ocasionais. As pessoas atingidas
pela ocorrência de perdas, do emprego ou de entes queridos, atravessam uma fase
de sofrimento e angústia, que
pode se prolongar por um determinado período de tempo (cerca de 2 meses), mas
esse quadro vai se atenuando e paulatinamente a vida vai retomando o ritmo
normal.
Agora, se a tristeza
não passa, e começam a surgir sentimentos de apatia, indiferença, desesperança,
falta de perspectivas ou prazer pela vida, saiba que esse é um sintoma claro
de depressão. Os sintomas podem
aparecer ou desaparecer de maneira sutil e quase imperceptível, mas é
importante saber que eles podem voltar. A depressão é doença séria e assim deve
ser tratada.
Os riscos da depressão:
Em primeiro lugar,
depressão não é um estado de tristeza profunda nem desânimo, preguiça, estresse ou
mau humor. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente:
é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Mesmo assim, podemos
considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de
mudanças e crescimento, épocas que antecedem novos horizontes de amadurecimento
do ser em constante processo de evolução.
Para entendermos melhor
essa diversidade de sintomas depressivos, vamos considerar que, entre as
pessoas, a depressão seria como uma bebedeira geral, onde cada pessoa
alcoolizada ficasse de um jeito: uns alegres, outros tristes, irritados,
engraçados, dorminhocos, libertinos... A única coisa que todos teriam em comum
é o fato de estarem sob efeito do álcool, todos estariam tontos, com os
reflexos diminuídos, etc. Na depressão também. Cada personalidade se
manifestará de uma maneira.
Na verdade, ninguém
sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por
isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso
não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.
Pode ser leve, moderada
ou grave.
A depressão encontra-se
classificada no Grupo das Doenças Afetivas, ou seja, aquelas que tem uma
evolução cíclica, em que se alternam períodos depressivos com fases de absoluta
sanidade. Ao contrário do que se possa pensar, essa não é uma doença moderna.
Hipócrates, considerado o pai da Medicina, descreveu seis doenças mentais,
dentre elas a depressão, há aproximadamente 400 AC.
Os sintomas podem se
manifestar de uma forma branda, e é comum o paciente procurar um clínico-geral,
acreditando estar com falta de vitaminas ou alguma doença mais grave. Outros,
simplesmente acreditam ser apenas mais uma "fase ruim" e não procuram
ajuda, agravando ainda mais o problema. Indivíduos apresentando quadros leves,
raramente procuram tratamento.
Ao falarmos sobre a
tristeza, precisamos definir os tópicos que distinguem este sentimento da
depressão.
- A tristeza é um
sentimento intrínseco ao ser humano. Todas as pessoas estão sujeitas a
tristeza. É a ausência de satisfação pessoal quando o indivíduo se depara com
sua fragilidade.
- A depressão é a raiva
e a vingança digerida na pessoa. Na prática, é uma tentativa de devolver para
os outros, o que existe de pior em si.
- A tristeza não chega
aos limites citados na situação depressiva. Pelo contrário, é uma ferramenta
valiosa para avaliação das metas de vida. Na infância, o modo de encarar a
tristeza será definitivo para estabelecer a personalidade adulta.
- A tristeza é a
recusa. A dificuldade em aceitar o "não" torna-se desmotivante e
abala a auto-estima. Por outro lado, a rejeição e a incapacidade frente a
alguns obstáculos leva a quadros mais sérios e profundos da tristeza.
Agora que já sabe sobre
a diferença da tristeza e depressão, evite rotular ou mesmo se auto-depreciar
com pequenos problemas do cotidiano.
Onde buscar ajuda?
O CVV (Centro de
Valorização da Vida) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo
de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que querem e precisam
conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os
dias.
A ligação para o CVV,
em parceria com o SUS, pode ser feita pelo número 188. As ligações são
gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é
possível acessar o site www.cvv.org.br para
falar por chat, e-mail ou obter mais informações.
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