Um bebê sofreu dano
cerebral após contrair uma bactéria durante seu nascimento. O caso ocorreu no condado
de Surrey, na Inglaterra, em dezembro de 2015. Bethany Ford, mãe do
bebê, havia passado por uma gravidez sem complicações. No momento do parto,
porém, ela foi submetida a um teste para identificar se possuía a bactéria
Estreptococos do grupo B.
Encontrada nos canais
gastrointestinal e vaginal de até 30% das gestantes, essa bactéria é inofensiva
aos adultos, mas pode ser muito perigosa se contaminar recém-nascidos. Sua
transmissão pode se dar tanto durante a gravidez quanto no momento do parto ou
amamentação.
Enquanto aqui no Brasil
há uma recomendação para que todas as mulheres grávidas passem por exames de
detecção entre a 34ª e 37ª semana, no Reino Unido a prática se restringe às
gestantes que podem ter parto prematuro ou cuja bolsa se rompeu há mais de 18
horas.
Dando positivo para a
presença da bactéria, os resultados do teste de Bethany só ficaram prontos por
volta das 18h do dia 17 de dezembro. A essa altura, seu filho, Grayson
Harris, já havia nascido.
Ao perceberem que o
recém-nascido não parava de chorar, a equipe médica o levou para a UTI
Neonatal, onde ele foi diagnosticado com meningite causada pelo estreptococos.
Grayson passou duas
semanas retido no hospital, tendo alta na véspera de Ano Novo. Mas pouco menos
de um mês havia se passado quando ele voltou a apresentar sinais da infecção,
incluindo fraqueza, irritabilidade e perda de apetite.
“As primeiras semanas
da vida dele foram incrivelmente traumáticas e nenhum pai ou mãe deveria ver o
que filho sofrer daquele jeito”, disse Bethany ao Daily Mail.
De volta ao hospital,
exames revelaram que a meningite causou um dano cerebral no bebê, levando a um
retardo em seu desenvolvimento. Hoje com três anos, Grayson tende a ser
impulsivo e tem rápidas mudanças de humor.
Ele também tem
dificuldades de compreensão, o que o leva a se auto-machucar, puxando o próprio
cabelo, e não consegue se comunicar direito ou dormir bem. “Quanto mais
ele cresce, mais percebemos como ele está atrasado em comparação com outras
crianças de sua idade”.
Bethany e seu companheiro, Keith
Harris, estão investigando se houve negligência no atendimento que o menino
recebeu ao nascer. Ao mesmo tempo, o casal tem pressionado o Sistema Nacional
de Saúde britânico para tornar obrigatório o exame de detecção do estreptococos
tipo B em todas as grávidas.
“Um simples teste pode
ser feito para descobrir se a gestante possui essa condição”, explica Richard
Kayser, advogado especialista em negligência médica. “E assim adaptar o
plano de tratamento dela para garantir que ela será medicada com antibióticos
intravenosos durante o parto para prevenir que a infecção seja transmitida.”
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