No campo da
neurociência já existem estudos sobre o problema.
O que era uma mera desconfiança, agora está cada vez mais próximo de se
tornar uma certeza: a internet está limitando o potencial humano.
No campo da neurociência já existem estudos que o advento
da internet, o mundo virtual, havia mudado o cérebro das novas gerações.
Agora especialistas apontam que hoje as crianças e jovens são de fato
mais inteligentes devido a evolução natural mas também muito mais inseguros e
com muito menos capacidade de lidar com frustrações.
Dentre os especialistas que concordam com essa premissa, está a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner: "a circuitaria neuronal mudou. Hoje as crianças são emocionalmente imaturas e por isso sofrem mais. Também está claro que, quanto mais tempo passamos online, mais alterações a nossa função cognitiva sofre”.
Os motores de busca na internet hoje funcionam como uma espécie de memória externa a que nosso cérebro recorre.
Dentre os especialistas que concordam com essa premissa, está a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner: "a circuitaria neuronal mudou. Hoje as crianças são emocionalmente imaturas e por isso sofrem mais. Também está claro que, quanto mais tempo passamos online, mais alterações a nossa função cognitiva sofre”.
Os motores de busca na internet hoje funcionam como uma espécie de memória externa a que nosso cérebro recorre.
Estudos apontam que o impacto dos mecanismos de busca online podem
levar-nos a confiar demais na Internet como uma fonte de informação,
em detrimento da nossa própria capacidade de memória interna.
"A memória da máquina é limitada. Quando acaba o espaço de
armazenamento, em gigabytes, temos que ter um HD externo, por exemplo. Já a
nossa memória, no nosso cérebro, foi feita pra esquecer, por mais paradoxal que
isto possa parecer. Arquivamos de fato do hipocampo as memórias biográficas,
afetivas, e as informações são descartadas. Então manipulamos dados e
informações utilizando o que a máquina não tem, que é a criatividade. A máquina
cumpre um programa e tem uma quantidade limitada de armazenamento, enquanto nós
temos a criatividade a gerar novas configurações, novos arranjos com
informações velhas, articular o pensamento de forma a multiplicar o saber, as
descobertas. A curiosidade e a criatividade são capitais humanos que elevam
exponencialmente nossa cognição. A memória de fato foi feita pra esquecer,
porque o ser humano não aguenta guardar “todos” os dados. A memória é seletiva,
deixando na camada mais densa, inferior e bem guardada (longo prazo) o que de
fato é importante, e isso explica porque recorremos tanto a informações
na internet”.
O filósofo Fabiano de Abreu também é um dos que atribuem ao advento da internet e em especial das redes sociais a mudança na forma como o nosso cérebro funciona, principalmente em relação à cognição.
O filósofo Fabiano de Abreu também é um dos que atribuem ao advento da internet e em especial das redes sociais a mudança na forma como o nosso cérebro funciona, principalmente em relação à cognição.
“Percebo que quanto mais rostos um indivíduo convive em sua vida, menos
decoram as faces recentes, decorando-as apenas quando as veem repetitivamente.
É como se nosso cérebro fosse seletivo e o armazenamento limitado, apagando
assim o que já sabe que é constante, repetitivo e sem aproveitamento. É como se
a rede social injetasse tantas informações na nossa mente que fizesse essa
parte seletiva agir não só no mundo real como também no virtual. As informações
vem tão 'mastigadas' que o cérebro se adapta a não precisar lembrar, a ter de
armazenar, tendo assim um sistema de busca externo. Minha hipótese é que
seremos menos inteligentes no futuro, ou talvez apenas teremos um tipo de
inteligência diferente que ainda não conseguimos entender. O Google mastiga a
informação e nosso cérebro entende essa praticidade, logo pode ser que nossa
inteligência será diferente da atual, compartilhada com as máquinas”.
Para Fabiano, isto faz parte de um processo evolutivo diferente do natural, desencadeado pela dependência da tecnologia.
Para Fabiano, isto faz parte de um processo evolutivo diferente do natural, desencadeado pela dependência da tecnologia.
"Até a idade contemporânea, havíamos evoluímos de forma mais
natural, de acordo com o universo. A internet e suas consequências
nos obrigaram a armazenar mais informações que podíamos ou que supostamente
deveríamos e nosso cérebro, assim como um computador, começou a dar certo
‘delay’, com dificuldade de processar tudo. Por isso, agora estamos
ficando mentalmente preguiçosos. Quando fazemos muitas coisas ao mesmo tempo,
nosso cérebro trava, como uma máquina com pouca capacidade de processamento.
Agora com tantas informações, vivemos como um HD lotado de informações, lentos,
fragmentados, pois ainda não evoluímos na mesma medida, ainda não somos como um
SSD. Estávamos aprendendo a nos adaptar com a realidade de viver mais e dedicar
nosso tempo de forma diferente do passado, até que a internet ocupou
esse tempo e o reduziu, fazendo com que vivêssemos uma vida útil menor que na
era medieval. Vivemos mais tempo mas aproveitamos menos a vida real”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário