Subalimentação atinge
2,5% da população no Brasil, diz ONU.
Relatório da
Organização das Nações Unidas (ONU) revela que uma pessoa a cada 10, na
população de todo o planeta, passou fome no ano passado. O número totaliza
821,6 milhões de pessoas. Se considerada as pessoas em condição “moderada” de
insegurança alimentar, o total chega a 2 bilhões ou 26,4% da população mundial.
Conforme o documento Estado
da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo, desde 2015, a taxa de
prevalência de desnutrição em todo mundo parou de cair e manteve-se em 11%. “A
prevalência da insegurança alimentar moderada ou grave é baseada na escala de
experiência de insegurança alimentar. Esse indicador vai além da fome e fornece
uma estimativa do número de pessoas sem acesso estável a alimentos nutritivos e
suficientes durante todo o ano”, diz o relatório.
O estudo destaca a
gravidade da situação infantil. É o caso dos 20,5 milhões de bebês que nasceram
abaixo do peso (um em cada sete nascidos); dos 148,9 milhões de crianças
menores de 5 anos com estatura baixa para a idade (21,9%); e dos 49,5 milhões
menores de 5 anos com peso baixo em relação à altura (7,3%).
Continentes.
Segundo o relatório, no
ano passado, a Ásia (especialmente o sul do continente) teve o maior número
absoluto de pessoas com fome: 513,9 milhões no total. Na África, 256,1 milhões
de indivíduos estavam nessa situação e na América Latina e no Caribe, 42,5
milhões.
Em termos
proporcionais, a situação é mais grave no lado oriental da África, onde uma de
cada três pessoas (30,8%) está subnutrida. A ONU aponta como causas os
conflitos locais, fenômenos climáticos e a retração econômica.
“Juntos, a África e a
Ásia têm a maior parcela de todas as formas de desnutrição, sendo responsáveis
por mais de nove entre 10 crianças com atraso no crescimento e mais de nove
entre 10 crianças com debilitação em todo o mundo”, assinala a nota da ONU.
Lusófonos.
Apesar de identificar
fome, a nota da ONU faz destaque positivo entre os países lusófonos (falantes
da língua portuguesa), em especial do Brasil.
“Nos últimos 12 anos,
vamos dizer, a prevalência da subalimentação em Angola caiu pela metade, de 55%
para 25% da população e em Moçambique também, a prevalência da subalimentação
caiu no mesmo período, de 37% para 28%. Ou seja, em ambos os países, a
tendência é positiva, porém, a situação continua preocupante. Em Cabo
Verde e no Brasil, a situação é melhor. Em Cabo Verde, a fome atingiu 13% da
população e menos de 2,5% da população no Brasil”, descreve o relatório.
O documento foi lançado
por cinco agências da ONU: a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO); a Organização Mundial da Saúde (OMS); a Agência da ONU para
Refugiados (Acnur); o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); o
Programa Mundial de Alimentação (PMA; e o Escritório das Nações Unidas de
Assistência Humanitária (Ocha).
Além dos problemas de
fome e desnutrição, o relatório da ONU aponta para o problema de obesidade. “Em
2018, a estimativa é de que 40 milhões de crianças menores de 5 anos estavam
acima do peso”, diz a nota da ONU.
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