Parece que há cada vez
mais casos de jovens saudáveis sofrendo parada cardíaca e
morrendo de maneira súbita em maratonas. Isso é realmente preocupante. Será que
o infarto é algo com que os corredores devem se preocupar?
De acordo com uma
nova revisão publicada no
CMAJ, essas ocorrência ainda são raras, apesar dos casos divulgados: a taxa de
parada cardíaca súbita em atletas é de 0,75 por 100.000 pacientes por ano.
“Também é mais provável que aconteça os atletas tenham uma parada cardíaca
súbita em repouso e não durante o exercício”, disse o autor do estudo, Paul
Dorian à Runner’s World. Dorian é diretor da divisão de cardiologia da
University of Toronto.
A parada cardíaca
súbita ocorre quando seu coração para de bater inesperadamente. Pense nisso
como uma espécie de problema elétrico. Enquanto um ataque cardíaco – que
geralmente acontece quando um coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo para o coração
– é mais um problema de encanamento. Cerca de 90% das pessoas que sofrem parada
cardíaca súbita fora do hospital morrem, segundo a American Heart Association.
“Não se sabe exatamente
o que pode desencadear uma parada cardíaca súbita e por que acontece quando
acontece”, disse Dorian. Em geral, a maioria dos não-atletas e alguns atletas
desenvolvem parada cardíaca devido a um bloqueio ou coágulo em uma artéria que
leva sangue ao coração.
“Na maioria das
situações, em não-atletas, a parada cardíaca é desencadeada por um
estreitamento ou bloqueio de uma artéria no coração”, disse Dorian. “Em outras
palavras, um problema de ‘encanamento’, que leva a um problema elétrico – uma
parada cardíaca.”
Em outros atletas, no
entanto, um coágulo não é o fator desencadeante. Mesmo assim, ainda não se sabe
o que pode causar isso. De fato, na revisão, os autores listaram “doença elétrica
primária sem causa específica identificada” como a principal causa de parada
cardíaca em atletas com menos de 35 anos.
Por isso que é
importante identificar quem pode estar em risco de parada cardíaca súbita antes
que aconteça. Segundo um estudo anterior, dos atletas que morreram subitamente
de parada cardíaca durante a competição, 29% tinham sintomas anteriores.
Sintomas
de infarto em corredores.
Aqui estão os fatores
de risco de parada cardíaca súbita a serem observados, disse Dorian.
- Falta de ar inesperada durante o
exercício.
- Aperto no peito.
- Pressão, dor ou desconforto,
especialmente se ocorrer durante o exercício ou esforço.
- Perda de consciência,
particularmente durante o exercício.
- Palpitações cardíacas severas e
inesperadas, ou uma sensação desagradável de batimentos cardíacos
acelerados quando não é esperado.
- Início súbito ou grade de tontura,
delírio ou desmaio.
Se você tiver algum
destes sintomas, especialmente durante o exercício, procure um médico.
Primeiro, ele fará perguntas sobre o seu histórico médico e familiar. Caso seja
indicado, realizará testes avançados e fará as recomendações necessárias.
Embora a parada
cardíaca súbita seja grave e possa ser mortal, não há evidências sólidas em
favor da triagem de anormalidades em atletas saudáveis. Especialmente porque
ocorrer falsos positivos que podem causar ansiedade aos pacientes. Ainda assim,
os pesquisadores sugerem que os médicos façam rotineiramente aos atletas
perguntas como: “Você já se sentiu uma tontura grave ou desmaiou, ficou inesperadamente
sem fôlego ou com dor no peito durante ou imediatamente após o exercício?” e
“Você tem parentes em primeiro grau que morreram subitamente ou tiveram doença
cardíaca grave com menos de 60 anos?”. Dependendo das respostas a essas
perguntas, os médicos podem recomendar mais exames.
Prevenção
e tratamento.
A fim de limitar ainda
mais as mortes súbitas cardíacas em atletas, os pesquisadores sugeriram que
qualquer local público com eventos esportivos tenham desfibriladores externos
automatizados (DEA). Os DEA emitem um choque elétrico no peito até o coração, a
fim de interromper um batimento cardíaco irregular e permitir que o ritmo
cardíaco volte ao normal. Em geral, quando os DEAs são usados, as taxas de
sobrevivência são altas.
Por exemplo, no Japão durante
maratonas, há paramédicos em bicicletas com DEAs em mochilas subindo e descendo
perto da linha de chegada, prontos para fornecer ajuda imediata. Em um estudo
publicado no New England Journal of Medicine, os pesquisadores descobriram que
28 dos 30 corredores que sofreram uma parada cardíaca súbita foram
ressuscitados com sucesso – uma taxa de sobrevivência de 93%.
“Se ocorrer uma parada
cardíaca, eles podem intervir muito rapidamente”, disse Dorian.
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