Afirmação é da
Organização das Nações Unidas,
O número de mortes
relacionadas com a aids no ano passado caiu a 770 mil, um terço a menos que em
2010, anunciou nesta terça-feira (16) a ONU, que fez uma advertência sobre a
estagnação dos esforços mundiais para erradicar a doença com a redução do
financiamento.
Mais de três em cada
cinco soropositivos no mundo - 23,3 milhões de 37,9 milhões - recebem tratamentos
antirretrovirais, uma proporção recorde, afirma Unaids (Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre HIV/aids) em seu relatório anual.
Os tratamentos, que
permitem não transmitir o vírus da aids quando tomados corretamente, alcançam
10 vezes mais pacientes do que em meados da década passada.
O número de mortes do
ano passado foi um pouco inferior ao registrado em 2017 (800 mil) e um terço
menor que o balanço de 2010 (1,2 milhão). E está muito abaixo da hecatombe de
2004, quando o vírus da aids matou 1,7 milhão de pessoas.
O número de novas
infecções permanece estável na comparação com os anos anteriores (1,7 milhão).
As cifras globais
escondem, no entanto, grandes diferenças regionais, destaca a Unaids, que
adverte que a luta contra a doença não avança a um ritmo suficiente.
Em geral, a queda do
número de mortes e o maior acesso aos tratamentos são explicados pelos avanços
registrados no sul e leste da África, o continente mais afetado pela doença. Em
outras partes do mundo, alguns indicadores são preocupantes.
No leste da Europa e na
Ásia central o número de novas infecções disparou 29% desde 2010. O número de
falecimentos em consequência da aids também aumentou 5% nestas regiões e 9% no
Oriente Médio e norte da África, nos últimos oito anos.
Redução do financiamento.
A Unaids adverte em seu
relatório que o financiamento para eliminar a doença está em queda. "Pela
primeira vez desde 2000 os recursos disponíveis para a luta global contra a
aids caíram", alertou Gunilla Carlsson, diretora interina da Unaids após a
saída de Michel Sidibé.
No ano passado, 19
bilhões de dólares foram destinados a programas de luta contra a aids, um
bilhão a menos que em 2017 e sete bilhões a menos que o valor considerado
necessário para para 2020 (US$ 26,2 bilhões).
"Esta redução é um
fracasso coletivo", destaca a Unaids. O programa da ONU afirma que o
cenário envolve "todas as fontes de financiamento": contribuições
internacionais dos Estados, investimentos dos países ou doações privadas com
fins filantrópicos.
Por este motivo, 2019 é
considerado um ano crucial. Organizada a cada três anos, a conferência de
financiamento do Fundo Mundial acontecerá em 10 de outubro na cidade francesa
de Lyon.
O objetivo é arrecadar
14 bilhões de dólares para o período 2020-22 para conseguir financiar o fundo.
Os principais contribuintes são Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e
Japão.
Os obstáculos afetam o
trabalho para alcançar o objetivo estabelecido pela ONU para 2020: que 90% das
pessoas portadoras do vírus conheçam seu diagnóstico, que 90% destas pessoas
recebam tratamento e que, entre elas, 90% tenham uma carga viral indetectável.
Em 2018, estas
proporções foram, respectivamente, de 79%, 78% e 86%, com muitas diferenças
regionais.
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