FONTE: Catiane Magalhães REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.
Quem nunca recebeu um e-mail com uma daquelas correntes religiosas que prometem milagres logo após o seu reenvio ou ainda aquele pedido de ajuda para salvar a vida de uma criança com câncer ou vítima de uma doença rara? A mensagem é clara: não precisa desembolsar dinheiro, apenas um minuto do seu tempo para retransmitir o e-mail para toda a sua lista e em poucos minutos algo bom te acontecerá.
Diante do apelo, sempre acompanhado de imagens chocantes capaz de comover até o mais duro dos corações, poucas pessoas pensam duas vezes antes de fazer a boa ação, mesmo ficando na dúvida sobre a veracidade do conteúdo e da possível ajuda financeira dada pelo provedor a cada e-mail aberto, lido ou repassado.
Mas alguém já se perguntou o porquê da exigência de o e-mail não poder ser enviado em cópia oculta para os seus contatos? Simples! Porque o autor da mensagem não vai doar nenhum centavo de real a quem quer que seja, mas provavelmente quem teve o seu endereço citado numa dessas situações receberá spans e vírus em sua conta eletrônica.
São as chamadas pulhas virtuais ou lendas e folclore da internet. Recentemente essas mensagens migraram dos e-mails para as redes sociais. Com isso, já circula nos sites de relacionamento uma velha conhecida dos brasileiros: a pirâmide. O golpe, que inicialmente era feito de forma presencial, com indicações de pessoas para formação de um grupo em troca de valores em dinheiro, passou por alterações e adequou ao mundo virtual. Normalmente, ele aparece na forma de oferta imperdível.
“Me chamou a atenção uma janela do lado direito do facebook anunciando um carro zero quilômetro por apenas 10% do valor de mercado. Ao clicar nela, abriu uma página onde se deve fazer um cadastro e enviar o link para todos da lista, onde os e-mails devem ser visualizados, e na medida em que os amigos indicados vão aderindo a campanha sua classificação vai mudando. Quanto mais pontos você fizer maior a possibilidade de comprar o item com até 90% de desconto. Tem tudo: carro, casa, aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos. Tudo!”, conta o técnico em enfermagem Fábio Bastos.
O internauta desconfiou da brincadeira, pois o link usava o nome da loja Ricardo Eletro, que não comercializa veículos. “Inicialmente eu pensei se tratar de uma espécie de compras coletivas, via redes sociais, mas depois ao ler as regras e ver as exigências observei que é uma versão moderna da velha pirâmide”, ressalta.
O grupo Ricardo Eletro foi procurado para esclarecer a sua participação na brincadeira ou se é vítima de uso indevido da marca, mas os responsáveis pela varejista não foram encontrados para falar sobre o assunto.
Este não é o único caso de pegadinhas eletrônicas. Falsos e-mails com nome da Cacau Show, Ericsson e Nokia circulam livremente, induzindo o internauta a repassar a informação com promessa de brindes, como cestas de chocolates e aparelhos celulares, notebooks e lap tops. O trote foi desmentido e integra a lista dos golpes que vagam pela internet. Antes de cair no “conto do vigário”, o internauta pode consultar o site www.quatro cantos.com/lendas, com dicas e casos reais.
A disseminação deste tipo de mensagem nas redes sociais, além de inconveniente, tem gerado a insatisfação dos usuários. “Avacalharam o facebook! Antes era um espaço de interação entre pessoas com afinidades comuns, agora o usuário da conta tem que conviver com uma porção de lixo eletrônico, a exemplo de jogos inúteis e tanta publicidade”, reclama a estudante Séphora Fraga.
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