terça-feira, 13 de dezembro de 2011

TEMPEROS ARRISCADOS...

FONTE: Rivânia Nascimento REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.


Os temperos prontos, aqueles processados industrialmente, são aprovados pelos cozinheiros pela sua praticidade. Porém, o uso contínuo desses produtos pode desenvolver problemas de hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. Isso ocorre porque a maior parte das marcas apresentadas nos supermercados, buscando a conservação do produto, abusa do inimigo número 1 da saúde do coração, o sódio.

Uma pesquisa realizada no ano passado revelou que das 19 principais variedades do produto vendidas no Brasil, a alta concentração de sódio fez com que nenhuma tivesse o consumo recomendado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

Entre as amostras analisadas, com produtos em pó, pasta e tablete, três delas apresentaram níveis muito altos do mineral, com 70% da quantidade de sódio indicada para um dia inteiro. Fique atento: esses produtos, de acordo com a Proteste, são os temperos à base de alho e sal, vendidos sob a forma de pasta, em potes.

De acordo com a nutricionista da Secretaria de Saúde do Estado (SESAB), Claudia Montal, não apenas o sódio, mas todos os aditivos contidos nos temperos industrializados representam grandes riscos à saúde do coração. “ Os corantes, acebolantes e principalmente o sódio causam uma sobrecarga renal ocasionando inchaço por todo o corpo , além disso, o uso contínuo pode causar dependência. O recomendado é que as donas de casas se certifiquem da quantidade de sódio contida nos produtos antes de comprar, e busquem fazer uso de alimentos orgânicos”, detalha.

A dona de casa Lindalva do Nascimento, de 45 anos, faz uso de temperos industrializados há muitos anos e confessa nunca ter parado para verificar o valor nutricional e nem a quantidade de sódio contido nos produtos. “Eu costumo usar bastante no preparo de sopas e feijão pela praticidade, mas agora vou ficar mais atenta,” afirma.

Para o cardiologista e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Gilson Feitosa, o consumo do sal em exagero é cultural no Brasil. O risco maior é para as pessoas que nasceram com sensibilidade ao sal. “Atualmente 20 a 30% da população mundial é sensível ao sal, isso implica no desenvolvimento de problemas de hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. O recomendado é que se faça um diagnóstico prévio e diminuía o consumo do sódio”, explica.

O cardiologista salienta ainda que as pessoas que têm o hábito de comer muito sal podem se tornarem dependentes desses produtos. Isso ocorre, segundo ele, porque o paladar fica acostumado com o sabor dos temperos prontos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha o consumo diário máximo de 2 g de sódio, o que até mesmo nutricionistas reconhecem que é uma quantidade facilmente ultrapassada, diante dos hábitos de consumo na atualidade. Já em pacientes que estão sob dieta hipossódica ( ausência de sal) o recomendado é utilizar menos de 2 g de sal diariamente.

Nesse sentido, mudar costumes equivocados na mesa pode evitar significativamente a quantidade de pessoas com problemas de saúde no coração. Para evitar excessos, os médicos aconselham a substituição dos temperos prontos por ingredientes – realmente – naturais, explorando ervas para dar o aroma à comida, cebola e alho para dar gosto.

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