quarta-feira, 3 de abril de 2013

ESTATUTO DO DESARMAMENTO DERRUBA COMPRA DE ARMA DE FOGO EM 35%...


FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
     

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o volume de vendas de armas de fogo no Brasil caiu 35% após a instauração do Estatuto do Desarmamento, em dezembro de 2003. De acordo com os dados apresentados pelo presidente do instituto, o economista Marcelo Néri, o número de compras de armas de fogo caiu de 57 mil em 2002-2003 para 37 mil em 2008-2009.

O estudo se baseia em informações das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POFs), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizadas nesses anos.Segundo Néri, o valor médio das transações aumentou cerca de 11%: está em torno de R$ 100 atualmente. Isso demonstra, segundo o economista, o sucesso do estatuto, que reduziu o número de armas e forçou aumento nos preços das aquisições. A pesquisa foi apresentada na manhã de ontem, na sede do instituto, no Rio, em evento que lembrou os dois anos do massacre de 12 alunos de uma escola municipal em Realengo, na zona oeste do Rio.

O estudo também revelou que a Região Sul é o local onde há maior resistência às medidas impostas pelo Estatuto do Desarmamento. Entre 2003 e 2009, houve um crescimento de 21% na aquisição de armas pessoais. Informações Agência Estado.

Regiões mais armadas têm homicídios em alta.

As 20 microrregiões brasileiras com maior prevalência de armas de fogo possuem uma taxa de homicídios, em média, 7,4 vezes mais alta que as 20 em que a presença de armamentos é mais baixa. A constatação é parte do estudo Mapa das Armas de Fogo nas Microrregiões Brasileiras.

O diretor de Estudos e Políticas de Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel Cerqueira, um dos responsáveis pelo trabalho, disse que há uma relação de causa e efeito entre a presença de armas e a taxa de homicídios. “Apesar de ser uma lei nacional, o Estatuto do Desarmamento teve resultados diferentes dependendo dos esforços dos governos estaduais para controlar a difusão de arma de fogo.”

Daniel Cerqueira argumenta que os Estados que mais se empenharam no desarmamento da população – São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco – foram os que tiveram quedas mais expressivas da criminalidade entre 2000 e 2010. Na apresentação, o diretor do Ipea mostrou que o aumento de 1% no número de armas aumenta em 1% a 2% a taxa de homicídios. Por outro lado, a elevação da prevalência de armas não reduz o número de crimes contra o patrimônio.

As 20 microrregiões mais armadas possuem taxa de homicídios média de 53,3 mortes para cada 100 mil habitantes, número que chega a 101,3 em Maceió e 77,1 em João Pessoa. As duas capitais estão entre as 13 áreas nordestinas no ranking de prevalência de armas de fogo, que tem quatro do Sudeste, duas do Sul e uma da Região Norte.

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