FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
Mais comum do que se possa imaginar, a gengivite acomete cerca de 90% da população brasileira e a halitose afeta 40% dos brasileiros.
“A gengivite é um processo de inflamação da gengiva, fica avermelhada e flácida, aumentando de volume. Um sinal importante para se saber do que se trata é o sangramento”, alertou Urbino da Rocha Tunes, professor, mestre em odontologia e doutor em imunologia pela Ufba e especialista em Periodontia Social pela University of Illinois at Chicago.
Os dois assuntos estão entre os temas importantes do XXIV Congresso Brasileiro de Periodontologia (Conbrape), que tem início hoje, às 9 horas, no Bahia Othon Palace Hotel, e se estende até 28 de maio, em paralelo com o IX Congresso Internacional de Halitose da International Society for Breath Odor Research (Isbor).
Palestrantes de renomes internacionais participam do evento, contribuindo com temas relacionados aos avanços no diagnóstico e no tratamento de gengivites, mau hálito e periodontites.
Todas as questões relacionadas à saúde bucal serão abordadas neste congresso com destaque para os aparelhos ultrassônicos e tratamentos menos traumáticos no combate a doenças periodontais. As inscrições podem ser feitas até o dia 24 de maio pelo site do congresso (www.periodontologia.com.br).
O mais grave, de acordo com Tunes, que também é presidente do congresso, é que se não for feito um tratamento a tempo, a gengivite progride para a periodontite, “vai para o osso e termina com a queda do dente. É um processo progressivo, causa maior da perda de dente da população adulta”, explicou.
Os cuidados para não se chegar à perda do dente devem começar desde a infância “a criança deve ser orientada para o uso da escova e do fio dental. Os pais têm que fazer a higiene bucal do filho desde bebê e continuar até que a criança consiga fazer sozinha”, aconselhou.
Em relação ao tratamento, muitos avanços surgiram nos últimos anos, inclusive com o advento dos aparelhos ultrassônicos, de maneira a permitir um tratamento menos traumático aos pacientes. Inclusive, em alguns casos, evitando as várias sessões de raspagem dentária.
A halitose se caracteriza pelo odor desagradável do ar expelido pelos pulmões das pessoas, considerada pelo presidente do XXIV Congresso “uma situação de saúde pública e de impacto social muito forte, pois 40% da população possui um tipo de halitose”, informou, adiantando que existe tratamento para a doença que pode ser comprovada através de exames clínicos feitos com medidores”, afirmou Tunes.
O dentista explicou que 80% dos casos de halitose são causados por problemas bucais como doenças gengivais, cáries e outros e , como a doença muitas vezes não é perceptível por quem possui, existe uma halitofobia por parte das pessoas. “As pessoas têm medo de ter halitose, mas quando quer investigar, não sente porque existe a fadiga de olfato da própria pessoa”, explicou.
Um elemento importante, causador da halitose, é a saburra lingual , por isto a língua deve ser escovada constantemente ou com a própria escova ou com o limpador de línguas, disse o dentista.
Tunes acrescentou ainda que existem outras causas como as doenças da orofaringe, bronco-pulmonares, digestivas, alcalose, doenças hepáticas, perturbações do sistema gastrointestinal, diabetes, nefrite, tabagismo, doenças febris, deficiência de vitamina A e D, intestino preso, estresse e causas desconhecidas.
Também são fontes de mau cheiro as próteses mal adaptadas e as restaurações defeituosas.
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