terça-feira, 31 de maio de 2011

PARA OS FUMANTES APAGAREM ESSA IDEIA...

FONTE: Nelson Rocha, TRIBUNA DA BAHIA.


Hoje é o Dia Mundial Sem Tabaco. Para quem não é fumante, parece ser algo fácil. É só parar e pronto. Mas não é bem assim. Para quem alimenta este hábito, seja por costume, dependência ou mesmo motivado por aquela desgastada impressão de elegância que foi atribuída ao ato de fumar, não é uma decisão simples de fazer. Quantas histórias conhecemos de pessoas que largaram o cigarro por alguns dias e depois voltaram? Mas, nem tudo são derrotas.


Também existem aqueles que conseguiram se livrar do tabagismo para nunca mais voltar. Atitude que resulta em melhorias no corpo e na qualidade de vida. De acordo com o pneumologista Rennér Quiroga, do Hospital Santo Amaro, ter força de vontade é o mais importante numa pessoa que pretende abandonar os cigarros.


“Aliado a isso, temos remédios que ajudam bastante”, disse à Tribuna da Bahia, primeiro jornal a lançar uma campanha antitabagismo no estado, com repercussão além fronteiras. Ele recomenda o Bup, medicamento que melhora a abstinência ao cigarro, e o Champix, desenvolvido especificamente para tratar da doença, a partir do controle da ansiedade do fumante. “A nicotina é muito grave.


No cérebro provoca efeitos como tonturas, náuseas e vômitos. No coração, taquicardia, ou seja, aumenta as pulsações do coração. O cigarro reduz a tensão muscular provocando um falso relaxamento”, alertou. Conforme doutor Quiroga, hoje as mulheres estão fumando mais.


“O resultado são grávidas com partos prematuros e crianças com pouco peso, graças aos efeitos maléficos da nicotina na placenta. Outra coisa que preocupa são meninos e meninas com 12, 13 anos com cigarro na boca.


O cigarro provoca tantos males. Desde úlceras digestivas, pigmentação na língua, nos dentes, assim como câncer de laringe, pulmão e até na bexiga. O perigo é tanto que nos Estados Unidos já estão proibindo o cigarro até em ambientes não fechados, como nos restaurantes, mas também de grande concentração de pessoas”, ressaltou.


Para Sérgio Ricardo Santos, pneumologista, coordenador do Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo da Unifesp (PrevFumo) e da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, “para que o fumante mude o seu comportamento, é preciso que ele conheça os benefícios da cessação do fumo”, explica.


“A compreensão do seu vício à nicotina e os riscos causados à saúde e à qualidade de vida é fundamental”.

UM PROBLEMA EVITÁVEL.
Apesar de saber que o tabagismo é prejudicial à saúde e a principal causa de morte evitável, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o fumante se depara com uma ambivalência nos momentos que antecedem a decisão de deixar de fumar. “Vale a pena abandonar o cigarro?”, pergunta Inês Freitas, 42, fumante desde os 20 anos.


“E se eu fracassar na minha tentativa de largar o vício? Como será ficar sem meus cigarros?”, acrescentou. Perguntas como estas permeiam a mente de grande parte dos fumantes que estão dispostos a seguir em frente com o objetivo de largar definitivamente o cigarro.


“Existe uma rotina a ser seguida. Começar a discutir as vantagens e as desvantagens da mudança é o primeiro passo. Propor a mudança vem em seguida”, informa o pneumologista paulista. Ainda segundo ele, devido às dificuldades físicas e emocionais que esta ação acarreta, a decisão de parar de fumar envolve três fases: negação, contemplação e preparação.


A negação é a primeira fase, marcada pela não aceitação do fumante de que ele possui um problema. “Neste momento, entra a avaliação dos pontos positivos e negativos da mudança de atitude. Quando ele começa a se propor a mudar, chega à segunda fase, que é a contemplação”. A preparação é a terceira: quando a pessoa está pronta para um novo comportamento.


Após passar por essas três fases, começa o verdadeiro desafio: superar a temida síndrome de abstinência. “Ao deixar de fumar, o dependente da nicotina sofre sinais e sintomas intoleráveis, como dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração, compulsão para voltar a fumar, tremores nas mãos, aumento do apetite, entre outros.


É nesse momento que surgem as cobranças de amigos e da família que, ao invés de ajudarem, podem enfraquecer a decisão”, alerta.Dados da OMS revelam que fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm menor chance de sucesso (uma média de 5%). E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem apoio médico.


“Quanto mais ajuda o fumante recebe para parar de fumar, maiores as chances de sucesso no abandono do vício. A adesão ao tratamento é fundamental”, orienta. Atualmente, o tratamento farmacológico do tabagismo inclui terapias com ou sem a reposição da nicotina, entre elas, medicamentos como Champix (vareniclina), desenvolvido especificamente para tratar a doença.


“Parar de fumar pode exigir esforço do paciente, mas está longe de ser uma missão impossível. Logo nos primeiros dias após a cessação já dá para sentir uma melhora no corpo, que vai aumentando gradativamente e ocupando todo o organismo. Sendo assim, são benefícios pelos quais vale a pena a dedicação”, orienta Sérgio.

BENEFÍCIOS DA SUSPENSÃO DO CIGARRO:


• AOS 20 MINUTOS APÓS PARAR DE FUMAR:

A pressão sanguínea diminui, a pulsação cai e a temperatura das mãos e pés aumentam;


• EM 8 HORAS:

Os níveis de nicotina e de monóxido de carbono caem pela metade os de oxigênio aumentam e atingem os valores normais;


• EM 24 HORAS:

O monóxido de carbono é eliminado pelo corpo, os pulmões começam a limpar o muco e outros resíduos do cigarro e a chance de um ataque cardíaco ou infarto diminui;


• EM 48 HORAS:

Não há mais nicotina no corpo, as terminações nervosas recomeçam a crescer e a capacidade de sentir cheiro e sabor melhora;


• EM 72 HORAS:

Respirar fica mais fácil;


• APÓS 2 SEMANAS A 3 MESES:

A circulação melhora, fica mais fácil caminhar e a função pulmonar melhora em até 30%;


• APÓS 1 A 9 MESES:

A tosse, congestão dos seios nasais, fadiga e falta de ar diminuem;


• APÓS 1 ANO:

O risco de doença cardíaca coronariana diminui para a metade do de um fumante;


• APÓS 5 ANOS:

De cinco a 15 anos após parar de fumar, o risco de derrame reduz ao nível das pessoas que nunca fumaram;


• APÓS 10 ANOS:

Os riscos de câncer de pulmão, de boca, garganta, esôfago, bexiga, rins e pâncreas reduzem, assim como a incidência de úlcera;


• APÓS 15 ANOS:

O risco de doença cardíaca coronariana é semelhante às pessoas que nunca fumaram e o de morte retorna a um nível próximo de pessoas não fumantes;


• E MAIS, AO PARAR DE FUMAR VOCÊ:

Terá hálito mais fresco, cabelos e roupas sem mau cheiro, ajudará a reduzir a poluição, economizará dinheiro, se sentirá bem por ter parado e terá maior controle sobre sua vida.


Além disso, se for mulher e parar antes de engravidar, reduzirão os riscos de aborto e bebê de baixo peso ao nascer.

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