FONTE: Catiane Magalhães, TRIBUNA DA BAHIA.
Mais uma categoria ameaça parar suas atividades. Desta vez, são os trabalhadores em postos de combustíveis, que farão amanhã uma manifestação, às 7 horas, no Posto I da Paralela. Os frentistas vão dificultar o abastecimento em protesto ao não cumprimento do acordo feito com o Sindicato Patronal, na última quinta-feira (26).
De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis (Sinposba), após várias rodadas de negociações, os patrões se comprometeram a dar um reajuste salarial de 9%, auxílio alimentação no valor de R$ 85 e manter as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho, mas tão logo voltaram atrás na decisão e suspenderam o acordo.
“Foram seis reuniões de livre negociação. Quando, enfim, as duas partes chegam a um entendimento, convocamos os trabalhadores para anunciar as conquistas, mas no dia seguinte fomos surpreendidos com o recuo dos patrões, nos desmentindo diante dos colegas”, conta o representante do Sinposba, Amadeu Mota.
Segundo ele, a manifestação de amanhã é apenas o ponto de partida para um grande movimento, visando atingir os donos de postos de combustível no ponto mais sensível: o bolso. “A ideia é fechar alguns estabelecimentos, com manifestantes portando bandeiras e faixas, fazendo o maior barulho, de forma que comprometa o atendimento ao cliente”, articula.
Mota não descartou ainda a possibilidade de deflagrar uma greve por tempo indeterminado, caso os pleitos da categoria não sejam atendidos. “Voltamos à estaca zero. Então, vamos realizar uma semana inteira de mobilização em diversos postos e convocar os trabalhadores para uma grande assembléia, a fim de pressionar os patrões a voltar à mesa de negociação”, salienta.
O Sindicato Patronal, por sua vez, quer mudar as cláusulas 10ª e a 29ª da Convenção Coletiva de Trabalho, que prevê, respectivamente, o fornecimento de leite ou lanche por turno trabalhado e a obrigatoriedade de uma conta-salário para o empregado.
A contraproposta é a substituição do leite por um auxílio no valor de R$ 15/mês e que a abertura da conta seja facultativa. Os trabalhadores não aceitam a mudança.O diretor de imprensa do Sinposba, Paulo Félix, ressalta que esta não é a primeira vez que ocorre este tipo de atitude dos patrões.
“Queremos convocar os trabalhadores e informar a sociedade para que eles sejam solidários a nossa luta. O fornecimento do leite foi uma conquista nossa, não podemos aceitar essa mudança. Se a decisão for mantida, a categoria vai entrar em greve”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário