FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Agora é científico. O mesmo sanduíche, recheado com um suculento pedaço de picanha, envolto em uma generosa fatia de queijo derretido, é mesmo mais apetitoso para uma pessoa com quilos a mais na balança do que para um magro. E a culpa, aponta uma nova pesquisa, é do cérebro dos gordinhos. Ele estaria programado para cobiçar mais do que o cérebro dos magros os alimentos altamente calóricos, como hambúrguer, batata frita e biscoito.
A evidência veio de pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, uma das mais prestigiadas do mundo. A equipe liderada pela bioquímica Kathleen Page e pela psiquiatra Dongju Seo comparou o funcionamento do cérebro de cinco obesos e de nove magros. Enquanto eles eram submetidos a um exame de ressonância magnética, que mapeia as áreas do cérebro em ação, os voluntários observavam uma sequência de imagens de comidas gordurosas.
A pesquisa mostra que os magros pensam na comida de maneira racional. Os obesos, de forma impulsiva. O exame foi repetido algumas vezes. Quando magros e obesos estavam com fome de verdade, porque fazia tempo que tinham se alimentado, o cérebro de ambos indicava o mesmo padrão de ativação. As áreas mais acionadas eram do sistema límbico, encarregado pela sensação de prazer quando conseguimos algo que desejamos. A explicação é evolutiva: fomos programados para sentir prazer quando saciamos a fome – uma forma de evitar morrer de fome.
Quando os pesquisadores injetaram glicose nos voluntários para simular no organismo o efeito de saciedade após uma refeição, o padrão de ativação cerebral mudou. Nos magros foram acionadas regiões do córtex pré-frontal, responsável por tarefas racionais, como planejar atividades e tomar decisões, como “comer ou não comer?”. Nos obesos, a área racional foi menos ativada. “Isso significa que o cérebro dos obesos não consegue controlar o impulso, como faz o dos magros”, diz a psiquiatra Rajita Sinha, uma das autoras da pesquisa.
O estudo, publicado na semana passada no periódico científico The Journal of Clinical Investigation, precisará ser replicado por outros cientistas. “O estudo pode trazer novas formas de abordar o problema”, afirma o endocrinologista carioca Walmir Coutinho, presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade. Por ora, o estudo ajuda a esclarecer que o desafio de emagrecer não decorre apenas de falta de vontade, como diz o senso comum.
ALEXANDRE DE MELO
Revista Época
GRÃO AJUDA A CONTROLAR PESO.
Um novo aliado no controle de peso – um grão chamado Chia – chega ao Brasil, em outubro. Pesquisadores afirmam que o alimento é uma importante fonte de ácido graxo ômega 3, de origem vegetal, capaz de diminuir o risco de problemas cardiovasculares que atuam sobre os níveis de colesterol, pressão alta, obesidade e diabetes.
De acordo com a nutricionista da Unidade de Doenças Cardiovasculares da Pontifícia Universidade Católica do Chile, Carolina Chica, pesquisadora do grão há quase dez anos, a Chia dispõe de uma grande quantidade de ômega 3, além de proteínas de alto valor biológico, fibras e antioxidantes, o que confere ao alimento ser um poderoso aliado no combate aos radicais livres.
E MAIS: a Chia tem ação anti-inflamatória, e diversos estudos apontam a obesidade como doença inflamatória. Assim, o ômega 3 contido no alimento age diretamente nas células que aumentam de tamanho devido à inflamação. Além disso, os defensores da Chia apostam no benefício da ação das fibras contidas no grão, uma vez que várias pesquisas mostram a ação das mesmas para o aumento da saciedade.
HISTÓRIA: Segundo a nutricionista Carolina, a Chia era uma das principais fontes de alimentação dos povos andinos da era pré-colombiana, com plantio desde 2600 a.C.
Como informa Carolina, o alimento era cultivado no México e na Guatemala e consumido principalmente pelos maias e astecas para aumentar a resistência física. No entanto, a Chia também estava atrelada a rituais sagrados e servia como oferenda aos deuses dessas civilizações. Isso fez com que despertasse a ira de espanhóis católicos, que viam a cerimônia como um ritual pagão.
Com isso, seu cultivo foi extinto por séculos e só foi retomado no início da década de 90 por um grupo de pesquisadores argentinos, em parceria com a Universidade do Arizona (EUA). Desde então, os cientistas têm se voltado para pesquisas com o grão.
APARÊNCIA: O grão de Chia se parece com o gergelim, mas com uma cor mais escura. Uma de suas vantagens é poder ser consumido em sua forma natural, sem precisar triturar para obter seus nutrientes, como exigem alguns outros grãos.
Pode ser consumido com cereais matinais, sopas, saladas, iogurtes, sucos, vitaminas, frutas etc. Também se usa na preparação de bolos, pães e massas. A recomendação diária de sua ingestão é de uma colher de sopa, ou conforme indicação de especialista.
Atualmente, a Chia pode ser encontrada na alimentação dos povos norte-americanos, canadenses, japoneses, australianos, mexicanos, chilenos e de grande parte da América Latina.
As informações são da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
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