terça-feira, 4 de outubro de 2011

MUITO MAIS QUE DOR DE COTOVELO...

FONTE: Catiane Magalhães, TRIBUNA DA BAHIA.

Se pular cerca fosse esporte, certamente estaria entre os mais praticados do país. Foi o que revelou um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), que ouviu as confissões de infidelidade de quase 4 mil pessoas casadas em 17 cidades brasileiras, apontando um índice médio de infidelidade de 50% entre os homens e 22% entre as mulheres. Entre os homens que mais traem, os baianos estão na sétima colocação, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e do Sul, Minas Gerais, Goiás e Ceará.


Uma nova análise feita pelo urologista Andrew Kramer, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, deixa em alerta aqueles que gostam de dar ‘uma escapadinha’ do matrimônio. Os traidores podem sentir, literalmente, na pele, a dor da traição. Segundo a pesquisa, praticar sexo fora do casamento aumenta consideravelmente as chances de fraturas penianas, caracterizada pela ruptura traumática de corpo cavernoso. Isso porque os fatores perigo e pressa, ingredientes que estimulam os casos extraconjugais, são também os vilões que contribuem para o surgimento da doença.


Dos 16 casos analisados por Kramer, entre 2004 e 2011, pelo menos metade dos homens que se acidentaram estavam praticando sexo fora do casamento. A maioria transava em lugares incomuns, como em escadas de prédios residenciais ou comerciais, elevadores, banheiros públicos e carros estacionados em locais bastante frequentados.


Para os especialistas, viver perigosamente aumenta a adrenalina, e o risco de serem flagrados deixa o casal mais excitado, tornando a relação melhor, mas as circunstâncias também são favoráveis a uma lesão, já que o ato é realizado rapidamente e sem qualquer cuidado, podendo resultar na quebra das cartilagens do pênis.


Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Secção Bahia, Dr. Wagner Coelho Porto, a fratura peniana não é um problema comum, no entanto tem se tornado cada vez menos raro. A patologia já atinge cerca de 10% dos brasileiros.


“O trauma durante o ato sexual ocorre basicamente por dois motivos: pressa e ansiedade. O tratamento aplicado em cada paciente depende da extensão da lesão. Nos casos leves, o tratamento clínico conservador é suficiente. Para os casos de maior intensidade, a correção é feita com cirurgia, e apenas em casos extremos é que indicamos as próteses.


O importante é procurar ajuda médica o quanto antes”, afirma. Conforme relatos de pacientes em consultório, a fratura peniana ocorre durante o ato sexual, acompanhada de um estalo, seguido de dor e perda de ereção, mas o urologista ressalta que em todos os casos tratados, o paciente restabeleceu sua função sexual.


A demora na busca de tratamento, entretanto, aumenta a taxa de complicações posteriores. Os tratamentos não-cirúrgicos resultam em taxas de complicações de 10 a 50%, incluindo disfunção erétil, curvatura peniana permanente, lesão à uretra e dor durante a relação sexual. Os homens devem ficar atentos à curvatura do pênis, pois, segundo Porto, a alteração não necessariamente pode significar a quebra de cartilagens do pênis.


O entortamento do membro (tanto para cima, como para baixo ou para os lados) pode ser um sinal da Doença de Peyronie – patologia também chamada de ‘endurecimento plástico do pênis’, cujas causas ainda são desconhecidas, mas exibe formações de placas nos corpos cavernosos e a má formação da genitália masculina .


O paciente até consegue ter ereção, mas a penetração fica impossibilitada devido à excessiva curvatura do pênis. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, mas só é indicado em casos diagnosticados há mais de um ano, porque nesse período a doença pode regredir, ficar em estado estacionário ou progredir.

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