FONTE: , Mariana Della Barba e Jessica Fiorelli (noticias.uol.com.br).
Algumas das crianças entrevistadas no documentário brasileiro Muito Além do Peso não têm mais do que 7 anos de idade. Mas suas fichas médicas se parecem com a de uma pessoa de meia-idade e bastante sedentária.
Pressão alta, colesterol elevado e diabetes tipo 2, problemas no pulmão e no coração são apenas alguns dos males que afetam esses meninos e meninas.
Em 84 minutos, a diretora Estela Renner e o produtor executivo Marcos Nisti procuraram mostrar o impacto da epidemia de obesidade infantil no Brasil pelo prisma das próprias crianças.
"O holofote aqui está todo na vítimas, porque a criança está sozinha nessa discussão, enquanto as pessoas ficam debatendo de quem é a culpa", disse Nisti, em entrevista à BBC Brasil.
Ao longo do documentário, há cenas de crianças que não reconhecem uma cenoura ou um mamão, mas conhecem todas as marcas de salgadinhos e bolachas recheadas.
Muitos meninos contam ficar sem fôlego ao brincar ou correr e dizem preferir a televisão a atividades físicas. Por dia, as crianças brasileiras passam em média três horas na escola e cinco diante da televisão, de acordo com dados do Ibope e da FGV citados no filme.
O filme cita ainda outros dados numéricos, como o fato de 56% dos bebês brasileiros tomarem refrigerante frequentemente antes do primeiro ano de vida, segundo a Unifesp.
Chefs e especialistas brasileiros e internacionais em nutrição e saúde da criança também são entrevistados no documentário.
Estela e Nisti afirmam que procuraram não apontar apenas um culpado pela epidemia, com entrevistas que questionam o papel da publicidade em produtos infantis, a falta de orientação por parte dos pais e a omissão das escolas.
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