segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MORTE APÓS CHURRASCO É ALERTA PARA OS RISCOS DA MAIONESE EM ÉPOCAS DE CALOR...


FONTE: Carlos Vianna Junior, TRIBUNA DA BAHIA.

O caso da morte de um pedreiro e o internamento de mais 57 pessoas que passaram mal, depois de comer em uma churrascaria de Itapuã, deixou a população do bairro chocada e preocupada com o uso de maionese nesse período de alta temperatura.

Existe a suspeita de ter sido essa a causa da intoxicação alimentar ocorrida na Churrascaria & Pizzaria do Galego.

“Eu ainda arrisco, porque acho uma delícia, mas depois que soube da história do Galego, fiquei meio cabreiro”, disse o técnico em informática Ismael Lemos Santos, enquanto colocava maionese no seu cachorro quente, comprado na orla do bairro.

Santos comprou seu lanche no carrinho de Maria Sônia Nascimento, que vende cachorro quente na orla de Itapuã há mais de 20 anos. “Nunca tive problema com cliente passando mal”, conta a vendedora. Ela relata que a maionese é muito usada pelos clientes e afirma saber dos riscos que envolvem o produto. “Deixo um pouquinho apenas na garrafa e o resto fica guardado no compartimento refrigerado no carro”, salienta.

Apesar de oferecer o produto e ter o cuidado de mantê-lo longe do calor, dona Maria prefere não usá-lo nos alimentos que ingere. “Não gosto muito, mas se gostasse não comeria na rua, porque sei que nem todos têm o cuidado que tenho”, explicou, lembrando do caso do “restaurante do Galego”. Segundo as informações dela, a churrascaria do bairro “não era o lugar mais limpo do mundo”.

Já o proprietário da Sorveteria e Pizzaria Campo Grande, Marcelo Ferreira, é contrário à informação de que o restaurante de Galego não era limpo. “Eu já comi ali várias vezes e gosto da churrascaria”, disse. Para ele, o ocorrido foi uma fatalidade que poderia ter acontecido com qualquer um.

Ferreira conta ainda que, a fiscalização da Vigilância Sanitária é intensa no bairro. “Estamos abertos há doze anos e nunca tivemos problema com a maionese”, conta, sugerindo que o restaurante de Galego deve ser alvo da fiscalização com a mesma frequência que ocorre em seu estabelecimento.

Quanto à maionese, o empresário se diz consciente dos riscos que ela oferece em épocas de altas temperaturas. “Tomamos o maior cuidado com maionese. Até tentamos restringir o uso com os sachês, mas a freguesia reclama; eles querem os tubos grandes e cheios”, disse. Ferreira afirma não entender a adoração de seus clientes pelo produto. “Eu mesmo não como, mas os fregueses comem até com batatas fritas”, relata. Para ele, o maior risco de intoxicação está nos ambulantes que ficam sob o sol e, ainda assim, oferecem o produto.

É por isso que a atriz Daiane Silva, também de Itapuã, escolheu um bolo entre as opções do carrinho de lanche parado na orla do bairro. Ela diz que já foi adepta da maionese e dos lanches salgados na beira mar, mas encontrou motivos para mudar. “Depois que meu filho nasceu, há quase dois anos, eu parei de comer maionese e salgados. Faço isso para dar o exemplo; não quero que meu filho corra riscos”, acrescentou.

Churrascaria fechada.

A Churrascaria e Pizzaria do Galego, localizada na Avenida Dorival Caymmi, continua de portas fechadas desde que foi interditada pela Vigilância Sanitária na sexta-feira. O proprietário da rede de restaurantes, que conta com mais quatro outros estabelecimentos com o mesmo nome, é conhecido no bairro como Galego.

Ele não atendeu a reportagem, mas enviou o gerente do estabelecimento para dar informações. Segundo José Pereira Filho, Galego está muito chocado com tudo, mas não deixou que nada faltasse às vítimas da intoxicação. “Até o velório do pedreiro (Edson de Araujo, de 53 anos) foi todo custeado por ele”,afirmou.

Pereira Filho conta que Galego é muito querido no bairro e que seu telefone não para de receber chamadas de pessoas lhe apoiando. O gerente conta ainda que todos que trabalham no restaurante estão muito chateados com a mídia pelas “especulações infundadas” que têm sido divulgadas.

“Não se sabe nada ainda, a vigilância sanitária está analisando a comida, portanto, não há prova de nada e mesmo assim as acusações continuam”, aponta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário