segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

UNIFESP LANÇA SITE PARA AJUDAR GENTE QUE EXAGERA NO CONSUMO DE ÁLCOOL...


FONTE: Tatiana Pronin, do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).

     A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) lançou na quinta-feira (6) um site interativo voltado principalmente para pessoas que fazem uso de risco do álcool. Chamado de Informálcool (www.informalcool.org.br), a iniciativa tem o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a parceria de pesquisadores de outros de três países (México, Bielorrússia e Índia), que também acabam de criar sites semelhantes.

Cerca de 12% da população brasileira sofre com a dependência de álcool. Para essas pessoas, existem instituições que oferecem tratamento nas redes pública e privada. Mas uma parcela maior de usuários de álcool – aproximadamente 18% dos brasileiros – tem um perfil de consumo considerado de risco (veja tabela abaixo). É gente que exagera na bebida quando sai com os amigos, por exemplo, ou não consegue ficar uma semana inteira sem beber algumas doses.

Segundo a professora Maria Lucia Formigoni, chefe do departamento de psicobiologia da Unifesp, essas pessoas também podem vir a sofrer as consequências do consumo excessivo, como cirrose hepática, hipertensão, certos tipos de câncer e doenças neurológicas, para não falar no risco de sofrer acidentes e passar por situações embaraçosas. No entanto, esses consumidores não acham que têm um problema sério que justifique procurar um especialista ou um grupo de autoajuda. É justamente esse público que o site pretende alcançar.

O Informálcool permite ao usuário fazer testes de avaliação do consumo de bebida alcoólica, definir metas de redução de uso e trocar ideias com outras pessoas em fóruns mediados por profissionais. Basta se inscrever, de preferência com um e-mail que não exponha a identidade, embora a confidencialidade seja garantida. O serviço é gratuito.

A partir do diagnóstico obtido nos testes, a ferramenta oferece ao usuário um programa online de seis semanas (chamado de Beber Menos) para reduzir o consumo de álcool, ou, se for o caso, parar de beber. “O objetivo é fazer com que pessoas que fazem uso de risco consigam reavaliar seu consumo e, assim, impedir que elas evoluam para a dependência”, explica Formigoni. Os usuários que já apresentam quadro de dependência também podem participar, mas a eles é recomendado buscar ajuda presencial.

Quando o uso de álcool é considerado de risco?


Você às vezes exagera na bebida? Veja dicas para mudar o hábito.

Evite comprar bebidas alcoólicas em grande quantidade ou compre bebidas com um baixo teor alcoólico, como, por exemplo, uma cerveja “light” ou vinho branco

Procure aumentar o consumo de bebidas não alcoólicas entre uma dose e outra de álcool

Coma antes de ingerir bebidas alcoólicas

Não beba após a meia-noite porque isto pode prejudicar o sono

Aprenda a dizer “não, obrigado” e respeite o “não” dos outros

• Fonte: Informálcool

De acordo com a especialista, o ponto de partida para o projeto foi um projeto semelhante feito na Holanda, com bons resultados. Após o programa online de seis semanas, 17% dos usuários do site conseguiram diminuir o consumo de bebida alcoólica, em comparação com 5,4% do grupo controle, que não usou a ferramenta e só recebeu material informativo. Quem usou o site também conseguiu uma redução bem maior na quantidade de álcool ingerida.

A plataforma também oferece informações, estudos e dados de legislação sobre uso de álcool no Brasil e no mundo, por isso será útil para profissionais de saúde que trabalham na área. Além disso, há uma área direcionada a familiares de usuários, com dicas de como abordar o assunto e oferecer ajuda.

A professora da Unifesp conta que, no ano que vem, a equipe espera aproveitar as informações obtidas com o uso do site em pesquisas sobre consumo de álcool. Alguns usuários, inclusive, deverão ser convidados a participar de um estudo que incluirá o atendimento por telefone.

Além de ter apoio da OMS, o site é bancado pela Associação Fundo Iniciativa em Pesquisa (Afip). Participam do projeto, além da equipe da Unifesp, profissionais da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Universidade Federal do Paraná.

Nenhum comentário:

Postar um comentário