FONTE: JOLIVALDO FREITAS, TRIBUNA DA BAHIA.
Ninguém acreditava nos milagres realizados pelo papa João Paulo II. Ainda mais quando apareceu aquela freira com cara de sonsa para dizer que o santo padre havia realizado um milagre, nem bem passou desta para melhor. E que ela estava ali para dar seu depoimento de fé. Era como se chamassem Lula para falar bem dos seus aloprados. Eles sairiam mais limpos que bunda de esqueleto.
O que parecia era mais uma armação do Vaticano, de loucas histórias ao longo do Cristianismo, passando pela ambição pelo poder, por grana, por garotinhos, por vaidade e gula. Por baixo da batina dos representantes de Deus, na terra, tem mais coisa que sua vã filosofia, cara leitora. O Vaticano acelerou como nunca antes na história deste mundo, para beatificar alguém. João Paulo atropelou até irmã Dulce na pressa. Dava a impressão que estava turbinando o processo para o papa morto ir tirar a mãe da forca. Falar nisso, mãe de santo é santa?
Chegou o primeiro dia de maio, Dia do Trabalho no mundo todo e tiraram o papa do caixão de pinho, parecendo até de gente pobre que se hospeda para sempre no Cemitério da Baixa de Quintas, numa cena de filme B e depois levaram o sangue do beato numa ampola para o meio da missa onde o papa Bento XVI assinou documento dizendo que seu antecessor era santo, sem direito a prova contrária, numa cena bizarra. A ampola parecia garrafa de suco para vampiro.
Até aí tudo dentro dos conformes e devemos lembrar que antes de se tornar santo João Paulo já tinha operado o milagre de ajudar a acabar com o comunismo, embora tenha perdido a luta – e não teve milagre certo contra o Citibank, FMI, British Petroleum, Bil Gates – que enfrentara para acabar com a globalização. Nesta até os chineses se renderam e saíram ganhando.
João Paulo estava lá quietinho, dentro do seu sepulcro e foram mexer nele. E ele já saiu fazendo milagres e trazendo redenção. Havia dez anos que ninguém pegava Bin Laden. Morando ali no meio do povo, mas parecendo que estava protegido pelas forças malignas sabe-se lá de onde. João Paulo II se retou e foi de pronto mostrando serviço. Sobrou para Bin Laden.
Agora vamos esperar para ver o que ele vai fazer com Hugo Chaves, Fidel, Kadaffi, com a Síria, com Berlusconi, Delúbio Soares, José Dirceu, Requião, Sarney, Jucá e tantos outros malucos, mensaleiros e armadores. Está provado que milagres acontecem. E, lembrem que quando o João Paulo II aqui esteve, disse que era brasileiro. Senta a pua São JP!
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