sexta-feira, 6 de maio de 2011

POR QUE ELES ROUBAM SE NÃO PRECISAM?...

FONTE: Cristiane Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Dois casos de furto chamaram a atenção nesta semana em Salvador, o primeiro foi um universitário preso em flagrante roubando diversos objetos num supermercado na avenida Garibaldi, o segundo caso foi de uma advogada presa roubando joias e bijuterias na loja de um Shopping na Avenida Tancredo Neves.

Apesar de os roubos terem sido praticados por duas pessoas que aparentemente não “precisam” destes objetos, estes casos são mais comuns do que se imagina.Segundo Paulo Mota, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindlojas), existe uma banalização na prática desse tipo de furto, até mesmo dentro dos Shoppings.

“Antes as lojas de rua eram alvos fáceis deste tipo de prática, porque estes locais ficam mais expostos a ação de delinquentes. As lojas de departamentos foram os primeiros alvos dentro dos Shoppings, sempre houve registro de pequenos roubos, como peças íntimas, dentre outros objetos.

Agora o número de roubo vem crescendo e parece está cada vez mais banalizado, os exemplos são cada vez mais preocupantes, outro dia durante a inauguração de um Shopping, conseguiram roubar uma TV de plasma de 52 polegadas dentro de uma loja de departamentos”, contou Mota.

Ele acrescenta que não existe registro do prejuízo dos lojistas em relação a este tipo de furto.


“Nós lojistas sempre enfrentamos este problema e não temos ideia do prejuízo, entretanto o que se observa é que as pessoas estão cada vez mais corajosas e sem medo de serem pegas, estes roubos estão cada vez mais inusitados, praticados por pessoas com uma boa apresentação e aparentemente consumidores em potencial, portanto cabe ao empresário está cada vez mais cauteloso e vigilante. Infelizmente não existe uma segurança que garanta 100%, para nós acaba sendo um desafio combater este tipo de prática”.

LADRÃO OU CLEPTOMANÍACO?
Quando o furto parte de uma pessoa que poderia comprar o objeto em questão, logo se associa o ato de roubar à cleptomania. No entanto, Rosa Garcia, professora adjunta de psiquiatria da Universidade Federal da Bahia e membro da diretoria executiva da Associação Brasileira de Psiquiatria, explica que a principal característica do cleptomaníaco é que ele não escolhe o que vai roubar.

“A cleptomania é uma doença psiquiátrica em que o indivíduo tem um impulso irresistível de roubar objetos. Uma das principais características da cleptomania é que o paciente não tem parâmetro em relação ao objeto que vai roubar, na maioria das vezes são coisas sem valor”, afirma.

“Tem pacientes que roubam objetos que não têm a mínima utilidade para eles, por exemplo, teve uma paciente minha que roubou prendedor de papel num banco. Enfim, os impulsos são mais fortes do que a capacidade de controle da pessoa”, argumenta.

A doença teve muita repercussão na mídia com o caso da atriz americana Winona Ryder e do rabino Henry Sobel, que foram flagrados em atos de cleptomania dentro de lojas. Outros casos que deixaram marcado a doença foram os casos das personagens Sabrina, interpretada por Wanda Stefânia na novela Te Contei?, e Haydeé da novela América interpretada por Cristiane Torloni, que roubavam objetos de baixo valor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário