sábado, 1 de outubro de 2011

GRAVIDEZ x CASAMENTO EM CRISE...



Crise passageira ou definitiva? Segundo a psicóloga Cristina Milanez Werner, "na gravidez, qualquer alteração pode ser perturbadora: mudança de casa, de trabalho, desemprego de um dos cônjuges ou mesmo a separação. Mas, nada muda tanto a vida do casal quanto o nascimento do primeiro filho."

JOGO ABERTO.
Se o casamento vai mal, a melhor alternativa, sem dúvida, é o bom e velho diálogo, ainda mais, quando há um bebê a caminho. O casal deve ter uma conversa franca e avaliar se existem possibilidades de continuar com a relação. "O ideal seria que a criança, ao chegar, encontrasse um clima de festa. Mas, já que não é possível, a mulher deve fazer o que lhe parecer menos perturbador. Afinal, ela está passando por um período difícil, que é a gravidez", diz a Dra. Cristina.

Separar ou tentar outra vez? "Acredito que os dois devem tentar segurar o casamento até o bebê nascer. Mas é importante que entrem em um acordo mínimo de convivência, sem forçar a barra, um respeitando o limite do outro. Claro que não aconselho essa proximidade em casos de agressões físicas, que afetariam a integridade da mulher e do bebê."

Ruim para a mãe. "Gravidez, adicionado ao fato de estar mal com o marido e uma possibilidade de separação pode gerar uma gestação de alto risco emocional." Pior para o bebê. "A mulher passa suas emoções para o filho, através da pulsação, da respiração e do tônus muscular. Uma criança gerada num ambiente desfavorável tende a ser muito pouco tranqüila."

DEPOIS DO NASCIMENTO.
Enfim, o neném nasceu. E agora? Para a psicóloga, "ninguém é mais carismático que o próprio filho. Pode ser que o casal, vendo a cria, resolva tentar novamente. Mas, se isso não acontecer, quando o bebê estiver com dois ou três meses vocês precisam decidir realmente se querem continuar juntos ou não. O que não pode é perpetuar com a mentira do casamento."

A separação deve ser resolvida sem muita demora. Afinal, quanto mais o tempo passa, maior será a ligação do filho com os pais e mais difícil a ruptura. "Uma criança, aos seis meses, vai sentir a falta do pai, mas com menos intensidade do que aos cinco anos, quando os dois já têm um nível de cumplicidade maior. Quanto mais cedo o casal se decidir, menores são os efeitos da saudade."

PAI PRESENTE.
Se a separação for inevitável, cabe à mulher estimular o vínculo do pai com o bebê, estabelecendo os dias de visita e apoiando esta aproximação. "Dizer que a quantidade do tempo não importa, não é verdade. É importante, sim, tanto a qualidade, quanto a quantidade. Uma não exclui a outra. Pai e mãe devem estar presentes, sempre que possível."

A aproximação, na verdade, deveria ser incentivada mesmo quando a separação dos pais acontece depois da gestação. "A mãe já tem um vínculo com o filho desde a gestação. Com o pai, não. Esse amor tem que ser construído."

INDIFERENTE OU SUPERMÃE?
Muitas vezes, para tentar suprir a ausência do pai ou mesmo como forma de reagir à separação, algumas mulheres assumem posturas diferentes das que sempre tiveram. As mais comuns:

MÃE NERVOSA - impaciente, se aborrece com tudo, até com o choro do neném. Num dia está bem, no outro, mal. O bebê, de tanto lidar com essa tensão permanente, tem tudo para se transformar em uma criança também agitada e hiperativa.

MÃE DEPRIMIDA - desanimada, sem vontade de nada. Não quer saber se o filho está com fome, se fez xixi. O bebê corre o risco de adquirir uma personalidade psicótica, ter uma baixa interação social ou tornar-se autista.

SUPERMÃE - seu lema: minha vida é meu bebê! Superprotetora, obcecada, lava e passa o enxoval da criança várias vezes. Tem mania de limpeza e baixa tolerância à frustração. Seu filho tenderá a ser exagerado, também, em algum aspecto, pelo menos.

Então, qual é a mãe ideal? Segundo Cristina Werner, "certamente a que se dedica, sem superproteger. Para isso, tem que ter um equilíbrio enorme, o que é muito difícil nesse clima de separação". Mas, atenção a estas dicas:

Bebês se orientam pelo tom de voz dos adultos. Evitem discutir na frente dele.

Os pais devem poupar os filhos dos dissabores de uma relação conjugal.

Não cabe a criança a difícil missão de unir o casal.

Se optaram por continuar o casamento, não digam nunca à criança que isso aconteceu por causa dela.

E, lembrem-se: filhos de pais separados podem ser felizes, sim.

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