FONTE: Roberta Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
Especialista esclarece que não há nenhuma relação entre a meningite tipo C que causou a morte da estudante Lindiane de Souza Sá Teles, 27 anos, e a presença de caramujos no Condomínio Arvoredo, onde a vítima morava. “Caramujos não causam a doença meningocócica que é provocada pela bactéria neisseria meningitidis”, explica a bióloga e sanitarista Cristiane Cardoso, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A estudiosa informa ainda que não existem registros, no Brasil, de meningite transmitida através de caramujos. “Para transmitir a meningite, o caramujo precisa estar abrigando o parasita que é o causador da doença”, reforça, ressaltando ainda que este mesmo parasita pode ser encontrado nas fezes do rato e como os caramujos se alimentam destes dejetos, eles passam a ser hospedeiros temporários.
A morte da estudante, no domingo passado, somada à presença de diversos caramujos, em áreas sociais e no jardim do edifício onde Lindiane morava, foram fatores interpretados pela comunidade como relacionados. Diversos moradores entraram em pânico ao considerar a hipótese do caramujo ter relação com a transmissão da doença.
A jovem foi encontrada morta dentro de casa, pelos pais, na última segunda-feira. O laudo sobre a causa da morte ainda não foi divulgado, mas, os indícios são de meningite C. Com este caso, sobe para 71 o número óbitos por meningites, em todo o estado.
Com intuito de esclarecer o mal entendido, a SMS realizou, ontem à tarde, mais uma palestra no Condomínio Arvoredo, reunindo especialistas no assunto e moradores do local. “O clima ficou tenso após a morte da menina. Todo mundo quer se vacinar ou tomar a medicação (quimioprofilaxia)”, conta Raimundo Braga, presidente da associação de moradores.
Segundo Braga, o adolescente Matheus Antônio dos Santos, 15, que teria sido levado para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) com febre alta e dores na nuca, na quinta-feira, fora atendido em uma clínica particular da cidade e liberado no mesmo dia, porém, ele não soube informar sobre o diagnóstico do menino. Até o final da tarde de ontem, nem a SMS, nem a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) foram comunicadas sobre o caso.
A assessoria de imprensa da SMS informou que não houve necessidade de fazer a quimioprofilaxia – aplicação de antibióticos em pessoas que tiveram contato com a vítima, com intuito de impedir o desenvolvimento da doença – no condomínio.
Conforme as normas, o tratamento é indicado apenas em caso de pessoas que tiveram contato íntimo e prolongado com o doente. Apenas 12 pessoas que obedeciam estes critérios receberam a medicação.
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