domingo, 2 de outubro de 2011

OBESIDADE, PRESSÃO ALTA E COLESTEROL ELEVADO...



O colesterol e a hipertensão arterial tiveram seus tratamentos assegurados com um grande, poderoso e seguro arsenal medicamentoso. A dieta não tem mudado ao longo dos últimos 30 anos e o sal ainda não foi reduzido nos alimentos industrializados. O consumo de gordura também não sofreu redução e as pessoas nunca foram tão sedentárias como agora.


Esses fatores podem comprovar que o que vem funcionando no tratamento dessas duas doenças crônicas são as novas classes de medicamentos. Subsidiadas pelos governos, embasadas pela pesquisa científica, bem conhecidas da classe médica e bem aceitas pelos pacientes.

Com a obesidade os desafios são maiores. Os medicamentos específicos são muito poucos e de segurança duvidosa. Nos últimos 15 anos, apenas quatro medicamentos para a obesidade receberam registro das agências reguladoras em todo o mundo, a Dexfenfluramina, o Rimonabanto, a Sibutramina e o Orlistat.


No Brasil, a primeira foi suspensa após 5 anos de uso, devido a constatação de causar lesões nas válvulas cardíacas, o segundo foi suspenso em menos de um ano, após as observações de causar problemas psiquiátricos e a cada dia aumenta o cerco à Sibutramina, uma vez que ela teve sua comercialização suspensa em vários países.

Recentemente, dois novos e promissores medicamentos foram reprovados pelo FDA após quase dez anos de pesquisa. Para conseguir um medicamento eficaz e seguro, que cumpra com as normas do FDA nos Estados Unidos, são pesquisados cerca de 5000 a 10000 compostos químicos, no mínimo 8 a 12 anos de estudos e avaliações, entre 350 a 500 milhões de dólares de investimento. Mesmo assim, a aprovação desses medicamentos pode ser suspensa após vários anos de pesquisa.

Os diferentes resultados alcançados no controle da obesidade, hipertensão arterial e colesterol elevado nos chamam a atenção para a necessidade de maiores investimentos em medicamentos contra a obesidade.


Enquanto esses medicamentos não são disponíveis, precisamos investir na melhoria do estilo de vida das pessoas e na prevenção da doença. Isso deve iniciar na infância e deve envolver governos, indústria de alimentos, profissionais de saúde e a própria família.

Nenhum comentário:

Postar um comentário