FONTE: Júlia Santos, do UOL (comidasebebidas.uol.com.br).

O que nem todos sabem é que a cerveja 'sem álcool' pode ter, na verdade, até 0,5% da substância, limite estabelecido em diferentes países para a categoria e um ponto polêmico, já que não são obrigatórias advertências nos produtos sobre a porcentagem de cada um. Em 2012 o Ministério Público Federal começou, inclusive, a acionar cervejarias para alterações de rótulos de forma a garantir alguma diferenciação entre zero e pouco álcool.
Técnicas diferentes de produção.
O que influencia na retirada total ou parcial do álcool da bebida não são os ingredientes, que continuam sendo basicamente malte, lúpulo, água e levedura, mas sim a técnica utilizada pela cervejaria.
O álcool é o resultado do processo de fermentação pelo qual a cerveja passa e, na maioria das vezes, é desejado. Por isso mesmo, são mudanças e controles nesta etapa que resultam em cervejas com pouco álcool, abaixo dos 0,5%, e com sabor potencialmente mais adocicado.
Outra opção é a remoção posterior do álcool após a cerveja pronta. "Existem duas técnicas difundidas internacionalmente. A destilação a vácuo utiliza temperatura e pressão, já a filtração é feita com membranas seletivas", explica Álvaro Nogueira, mestre-cervejeiro do Grupo Petrópolis. Segundo ele, a vantagem do método de retirada total de álcool é a similaridade no sabor, cor e aroma da cerveja se comparada com outras da mesma marca que possuem álcool.
Sabor e benefícios não vão embora com o álcool.
Muitas vezes criticadas pelo sabor, as cervejas com pouco álcool não são necessariamente sem gosto ou sem graça. Conhecida por produtos extremos em álcool e amargor, a cervejaria escocesa BrewDog, por exemplo, lançou uma edição limitada de cerveja chamada Nanny State com apenas 0,5%, muito lúpulo e cor âmbar intensa. Assim como esse rótulo, chegam ao Brasil outras importadas com personalidade, a exemplo da lager alemã Clausthaler nas versões clássica e âmbar, com mais corpo e presença de malte. Essas cervejas colecionam até prêmios em concursos internacionais como o World Beer Cup e World Beer Award (WBA), que possuem avaliações específicas para essa categoria.
Cervejas sem álcool prometem até ação isotônica, caso da Erdinger Sport, alemã de trigo com 0,3%. Segundo a nutricionista Cristina Diestel, a bebida pode sim contribuir para a hidratação, já que é composta principalmente de água, mas não consegue ter efeito semelhante a uma bebida feita para esportistas.
A retirada do álcool é uma vantagem para os que estão de dieta. "A lata de uma cerveja comum tem em média 150 calorias e uma sem álcool possui 75 calorias", diz Cristina. Além disso, qualquer cerveja consumida com moderação, cerca de duas latas diárias para homens e uma lata para mulheres, ajuda a regular os níveis de colesterol e prevenir quadros de risco cardiovascular como diabetes e hipertensão – vantagens para os fãs da loira gelada com ou sem álcool.
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