FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
No México, a cada cem crimes cometidos, somente oito são denunciados e desses, apenas 1% é investigado pelas procuradorias de Justiça.
Os dados são da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) do país. Em comunicado à imprensa, a comissão destaca que o crime organizado no México, dominado pelos cartéis do tráfico de drogas, armas e pessoas, ganha força devido à ineficiência do Estado na aplicação da lei.
Em 2011, o número de casos de tratamentos cruéis, desumanos e degradantes foi 2.040, enquanto em 2005 houve apenas uma denúncia de tortura. O Sistema Penitenciário Nacional do México tem 418 centros de detenção para uma população carcerária de 239.760 internos.
De acordo com a CNDH, nos últimos seis anos 46.015 pessoas foram executadas, sendo que 15.921 cadáveres não foram identificados e 1.421 corpos foram enterrados em fossas clandestinas. No comunicado, a comissão informa também que as queixas contra autoridades públicas aumentaram 84% no ano passado, em comparação com 2005.
O presidente da comissão, Raúl Plascencia, apelou para que as autoridades tomem providências para reduzir a criminalidade no país e aumentar a eficiência das forças de segurança. Segundo ele, o México como um todo sofre com o aumento dos índices de criminalidade. De acordo com dados oficiais, as regiões mais afetadas são as de fronteira com os Estados Unidos, nas quais os cartéis disputam espaço.
“Apesar de existirem comprovações da presença [policial], cada vez mais o crime organizado está ativo e a criminalidade aumenta em todo o país. Também há certa ineficiência da polícia na prevenção de crimes e na aplicação da lei”, ressaltou Plascencia. Ele acrescentou ainda que para as forças policiais serem eficientes, elas devem primeiro respeitar a legislação e buscar a realização do trabalho de maneira correta.
No comunicado divulgado à imprensa, a comissão ressalta que aguardou explicações das autoridades públicas sobre o desaparecimento forçado e as torturas cometidas contra dois trabalhadores rurais, mas não obteve resposta.
A divulgação das informações da comissão ocorre às vésperas da posse do novo presidente da República, Enrique Peña Nieto, que será no próximo dia 1º. Durante a campanha eleitoral, Peña Nieto, que assume no lugar de Felipe Calderón, sinalizou interesse em extinguir a Secretaria de Segurança Pública.
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