FONTE: Naira Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.
O verão está chegando e em Salvador é hora de muita festa, shows e praia e, os cuidados com a alimentação são esquecidos. As pessoas costumam comer sem preocupação com o que estão ingerindo.
Devido à alta temperatura, os alimentos crus e as maioneses se transformam em perigo para a saúde, por conta da temida bactéria conhecida como salmonella que pertencem à família Enterobacteriaceae, existindo muitos tipos diferentes desses germes.
A salmonella é conhecida há mais de 100 anos e o termo é uma referência ao cientista americano chamado Salmon, que descreveu a doença (Salmonelose) associada à bactéria pela primeira vez. Na Bahia não existe estatística sobre a incidência da doença, explica o médico infectologista, Benedito Gomes e Silva.
O que se tem notícia é de casos isolados como o que aconteceu recentemente em um restaurante em Itapuã, quando 167 pessoas passaram mal após ingerir alimentos contaminados
Segundo o médico, nos últimos cinco anos, o Brasil registrou 749 surtos de infecção por salmonela. Desse total, 277 foram causados especificamente pelo consumo de ovos ou maionese caseira contaminados, principais meios de veiculação da bactéria.
A salmonella é transmitida ao homem através da ingestão de alimentos contaminados com fezes animais. Os alimentos contaminados apresentam aparência e cheiro normais, e a maioria deles é de origem animal, como carne de gado, galinha, ovos e leite. Entretanto, todos os alimentos, inclusive vegetais, podem tornar-se contaminados. É muito freqüente a contaminação de alimentos crus de origem animal.
O cozimento de qualquer destes alimentos contaminados mata a salmonella.
Perigo é maior em ovos.
A manipulação de alimentos por pessoas contaminadas que não lavam as mãos com sabonete, pode causar sua contaminação. Por tanto, hábitos de higiene são fundamentais no controle da salmonella. Esta bactéria oferece sérios riscos à saúde, já que é um microorganismo de vários tipos e espécie responsáveis por quadros clínicos diferentes, acentuou o médico.
Segundo a nutricionista Laura de Moura, na maioria dos casos a infecção por salmonella ocorre através da ingestão de ovos crus, leite não pasteurizado e vegetais crus. É preciso ter cuidado ao comprar e ao armazenar. E ensina: os consumidores, durante a compra, devem escolher o produto mais fresco, conforme data de validade, além de não comprar ovos quebrados, rachados ou sujos. Ela ressalta que os ovos in natura não podem ser consumidos crus ou mal cozidos.
“Depois de comprados, os ovos devem ser retirados da embalagem e colocados em uma embalagem de plástico com tampa e armazenados dentro da geladeira. Antes de usar, devem ser lavados com água corrente e, após a manipulação destes, as mãos e utensílios que tiveram contato com os ovos devem ser lavados com água e sabão.
Vale lembrar também que o tempo de cozimento do ovo inteiro deve ser de sete minutos após inicio da fervura e, para outras preparações, as gemas e claras devem estar coaguladas”, explica a nutricionista
Idosos e crianças têm mais riscos.
A maior parte das pessoas infectadas com salmonella apresenta diarréia, dor abdominal (dor de barriga) e febre. Estas manifestações iniciam de 12 a 72 horas após a infecção. A doença dura de 4 a 7 dias e a maioria das pessoas se recupera sem tratamento. Em algumas pessoas infectadas, a diarréia pode ser severa a ponto de ser necessária a hospitalização devido à desidratação. Os idosos, crianças e aqueles com as defesas diminuídas (diminuição da resposta imune) são os grupos mais prováveis de ter a forma mais severa da doença. Uma das complicações mais graves é a difusão da infecção para o sangue e daí para outros tecidos, o que pode causar a morte caso a pessoa não seja rapidamente tratada.
A infecção por salmonella usualmente dura de 5 a 7 dias e freqüentemente não é necessário tratamento, sendo suficiente as medidas de suporte e conforto ao paciente. Após este período, a pessoa fica recuperada, podendo permanecer ainda por algum tempo um hábito intestinal irregular. Caso o paciente se torne severamente desidratado ou a infecção se difunda do intestino para outras regiões do organismo, medidas terapêuticas devem ser tomadas, incluindo a hospitalização. Pessoas com diarréia severa devem ser reidratadas através da administração endovenosa de soro. Os casos graves, em que a infecção se difunde, devem ser tratados com antibióticos.
Prevenção.
Sendo os alimentos de origem animal uma das principais fontes de contaminação por salmonella, ovos, carne e galinha não devem ser ingeridos crus, mal-passados ou não completamente cozidos.
Atenção especial deve ser dada aos ovos crus que aparecem sem serem percebidos em um grande número de pratos, como maionese caseira, molho holandês, tiramisu – um tipo de sobremesa de origem italiana - e sorvete caseiro. Estes pratos devem ser evitados.
Carnes em geral, incluindo hambúrgueres e frango, devem ser bem cozidas (não devem estar avermelhadas no centro). Leite não pasteurizado deve ser evitado.
Todos os produtos devem ser bem lavados antes de sua preparação e consumo.
Contaminação entre alimentos deve ser evitada: carnes cruas devem ficar separadas de alimentos que estão sendo preparados, de alimentos já cozidos e de alimentos prontos para serem servidos.
Todos os utensílios de cozinha (tábuas, facas, etc.) devem sempre ser lavados após sua utilização em alimentos crus.
As mãos devem ser lavadas antes do manuseio de qualquer alimento e entre o manuseio de diferentes itens alimentares.
Já que os répteis são portadores em potencial da salmonella, qualquer pessoa que manuseia deve lavar as mãos imediatamente após o contato com estes animais.
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