FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
Dados da Transalvador revelam que de janeiro a dezembro deste ano foram registrados 3.904 acidentes com 2.958 feridos e 39 mortes envolvendo motociclistas na capital.
Outro levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, no início deste mês, apontou que o número de mortes na Bahia quase dobrou em três anos: 521 mortes de motociclistas em 2010 contra 267 em 2008, um aumento de 95% - quase cinco vezes maior do que o registrado em todo o país no mesmo período.
Para Henrique Baltazar, presidente do Sindicato dos Motociclistas, (Sindmotobahia) o primeiro aspecto a ser considerado é o aumento no número de motocicletas e o segundo, é a ausência de uma política de educação no trânsito ainda na escola como ocorre em outros países.
“A maioria dos jovens não tem condições de comprar um carro e o nosso sistema de transporte público é tão deficiente que faz com que os cidadãos procurem alternativas”, destaca.
Apesar de o levantamento do Ministério da Saúde não apontar as causas dos acidentes, o presidente considera os números “preocupantes”, mas ressalta que é preciso analisar alguns aspectos dos dados.
“Existe um grande volume de acidentes onde o motociclista não é provocador do acidente, como, por exemplo, quando ele é atacado por outros usuários do trânsito”. Para ele, a aplicação de multas não é suficiente. “Há uma ausência do Estado no cumprimento das leis e normas já estabelecidas. Tinha que ter mais agentes de trânsito para orientar e fazer cumprir a legislação” destacou.
Ele salienta que não são somente os motociclistas que descumprem as regras de trânsito. “O motociclista tem uma significativa participação, porém todos os responsáveis pela utilização de ruas e rodovias deveriam sofrer as mesmas penas e críticas, não apenas esta categoria”, finaliza.
O motociclista Carlos Santana, de 45 anos, concorda. “O piloto de moto está muito exposto, além de sofrer muito preconceito. Quando ele cai, pode lesionar as pernas, braços, coluna e cabeça”, diz.
Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em sete anos houve um crescimento na Bahia de 185% no número de motos cadastradas no órgão - de 303.126 em 2005 para 865.565 este ano. Em Salvador, esse aumento foi de 40.089 para 96.291 (140%) no mesmo período.
Aliado ao incremento de motos estão também, segundo especialistas, a imprudência e problemas nas pistas a exemplo dos motociclistas que invadem sinais, trafegando entre carros. No caso de Salvador, Renato Araújo diretor de trânsito da Transalvador diz que as blitze são feitas todos os dias.
“A gente recolhe cerca de 40 motocicletas por dia. É um número elevado”, destaca Araújo. Entre as principais infrações, Araújo destaca falar ao celular na direção, trafegar sobre canteiros, andar na contramão e não usar capacete.
De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual ( PRE), a maioria dos acidentes ocorre nas rodovias baianas quando os motociclistas passam pelos corredores de veículos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário