FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
Após uma ação policial no bairro do Nordeste de Amaralina que vitimou fatalmente o garoto Joel da Conceição Castro, de 10 anos, morto durante um suposto tiroteio entre nove policiais militares e traficantes, ocorrido no dia 27 de novembro do ano passado, o governador Jaques Wagner, disse que a administração estadual não vai conviver com “laranja podre” dentro da polícia.
Com isso, o Secretário de Segurança Pública, Maurício Telles confirmou em entrevista ao site À queima Roupa, que desde 2007 até os dias atuais, 256 policiais, entre civil, militar e técnica foram expulsos da corporação.
O secretário ainda defendeu que a maioria dos policiais honra a instituição, e reforçou que é uma minoria que estraga a imagem da polícia. Somente esse ano, onze policiais civis foram presos por crimes de extorsão e assassinato e um acabou morrendo em confronto com a polícia.
Os dados revelam um aumento de envolvimento de policiais em atos criminosos. O mais recente aconteceu na última quarta-feira que resultou na prisão de três agentes da Polícia Civil. Os investigadores Luis Carlos Macedo de Vasconcelos, Alexandre da Silva Rezende e Josivaldo dos Reis Pedreira, que trabalhavam na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículo (DRVRV), no Iguatemi, foram presos sob suspeita de terem tentado extorquir mediante sequestro, em novembro, um empresário.
O trio forçou o empresário a pagar R$ 50 mil, mas acabaram aceitando o valor de R$ 10 mil sob ameaça de enquadrar a vítima nos crimes de tráfico de drogas e estelionato.
O dinheiro não foi pago e o empresário denunciou os agentes ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) e a denúncia foi acatada pela juíza Ivone Bessa, da 1ª Vara Criminal.
O empresário revelou na denúncia que ficou por duas horas sofrendo ameaças, sendo algemado como se fosse um criminoso. Diante das acusações, a corregedora da Polícia Civil, Iracema Silva de Jesus, disse que os três policiais poderão ser exonerados, caso ao final do inquérito administrativo disciplinar instaurado, decida pela gravidade do ato.
Policial Civil – Outro caso que deixou a própria polícia perplexa ocorreu em março desse ano. O agente da Polícia Civil, Valmir Borges Gomes, 54 anos, foi morto por agentes da Delegacia de Tóxico e Entorpecente (DTE), acusado de resistir à prisão. Ele estava dentro de um carro na Avenida Paulo VI no bairro da Pituba, na companhia de outro agente e mais dois amigos quando foram surpreendidos por policiais da DTE.
O local era o ponto acertado para os agentes receber R$ 10 mil de um rapaz de 18 anos que estava sendo extorquido pelo quarteto, devido ter sido flagrado com uma caixa de lança-perfume. Mas o jovem foi orientado pela família em denunciar os acusados e a polícia armou uma armadilha para os suspeitos.
No momento da entrega do dinheiro, os agentes da DTE apareceram e deram voz de prisão aos envolvidos, mas eles resistiram segundo o inquérito. Valmir foi morto com tiros nas costas quando ainda estava dentro do carro. O colega dele, Antônio Dante conseguiu fugir, mas depois acabou preso. Outro envolvido foi o policial Jurandir Desidério, que não participou da extorsão ao estudante, mas fazia parte do grupo e foi denunciado por formação de quadrilha.
Os três também eram lotados na DRFRV. Os dois policiais estão presos na Corregedoria da Polícia Civil. Segundo a investigação, a quadrilha era especializada em crimes de extorsão.
SEIS SÃO ACUSADOS DE MATAR EX-RECRUTA DA MARINHA.
No mês de janeiro, seis policiais que faziam parte da investigação da 13ª delegacia de Cajazeiras, foram presos acusados de matar um ex-recruta da Marinha. Diante da acusação, o juiz Ernani Garcia Rosa, da 2ª Vara sumariante do júri de Salvador, decretou a prisão preventiva imediata dos seis agentes que na época chegaram a dizer que Levi Monteiro dos Reis, 22 anos, era traficante e teria trocado tiros com a guarnição que tinha sido chamada para deter um grupo de jovens que traficavam na rua.
No mês de janeiro, seis policiais que faziam parte da investigação da 13ª delegacia de Cajazeiras, foram presos acusados de matar um ex-recruta da Marinha. Diante da acusação, o juiz Ernani Garcia Rosa, da 2ª Vara sumariante do júri de Salvador, decretou a prisão preventiva imediata dos seis agentes que na época chegaram a dizer que Levi Monteiro dos Reis, 22 anos, era traficante e teria trocado tiros com a guarnição que tinha sido chamada para deter um grupo de jovens que traficavam na rua.
O crime aconteceu no dia 14 de janeiro e testemunhas chegaram a dizer que o ex-recruta estava apenas em companhia de amigos numa laje fumando maconha, quando foram surpreendidos pelos agentes.
Todos correram, mas Levi chegou a dizer que não era bandido e estava com os seus documentos em mãos, não iria correr. As testemunhas ainda revelaram que Levi foi atingido com um tiro na perna e os agentes encostaram a ama próximo ao peito dele e desferiu mais um tiro que transfixou o coração.
Um colega dele ainda foi obrigado a carregar o corpo até a viatura que deslocou para um hospital do bairro, mas chegou morto. O mesmo amigo foi preso acusado de tráfico e ainda foi ameaçado a dizer que houve a troca de tiros entre Levi e os policiais.
Uma semana após o crime, o juiz decretou as prisões dos investigadores Carlos Souza Filho, conhecido como Carlos Bond, e Valmir Oliveira Silva. Os outros quatro policiais são: Guilherme Almeida Cardoso, Alcir Cleber Costa Santos, Reinaldo Raimundo Santos e Roberto Luís Paiva Fonseca.
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