FONTE: *** Por EFE Brasil, EFE Multimedia (noticias.br.msn.com).
O cultivo de coca e a produção de ópio diminuíram no mundo em 2010, mas em sentido contrário figuram os estimulantes sintéticos, assim como a proliferação na internet de novos tipos de entorpecentes não submetidos a controles internacionais.
Esta é a conclusão que consta no Relatório Mundial sobre Drogas, publicado quinta-feira (23) pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e Crime (UNODC).
Entre 149 milhões e 272 milhões de pessoas consumiram algum tipo de droga no último ano no mundo, enquanto estima-se que 200 mil morrem anualmente por doenças relacionadas à ingestão de entorpecentes.
O cultivo mundial de folha de coca recuou 6% em 2010 graças a redução da área plantada na Colômbia, embora a fabricação de cocaína tenha se mantido estável e o mercado movimente US$ 85 bilhões.
No mundo foram plantados 149 mil hectares de folha de coca, quantidade capaz de render entre 786 e 1.054 toneladas métricas, números semelhantes ao dos anos anteriores.
Ao todo, há entre 14,3 milhões e 20,5 milhões de pessoas que consomem a droga que mais dinheiro movimenta no planeta.
'O tráfico de drogas, o vínculo entre a oferta e a demanda, está impulsionando uma indústria criminosa global avaliada em centenas de bilhões de dólares que representa um crescente desafio a estabilidade e a segurança', afirma o diretor de UNODC, Yuri Fedotov, na introdução do relatório.
No caso da papoula, a superfície dedicada ao cultivo somou 195.700 hectares, avanço pouco superior a 5% na comparação com 2009 devido ao aumento da produção em Mianmar (Mianmar).
Mesmo assim, a produção de ópio caiu 38%, para as 4.860 toneladas, devido a uma praga que atacou o plantio no Afeganistão, que continua sendo o maior produtor mundial da droga, com 74% do total, 3,6 mil toneladas.
De 12 milhões a 21 milhões de pessoas consomem opiáceos no planeta, mercado que movimenta US$ 68 bilhões, dos quais US$ 61 bilhões correspondem à heroína.
Apesar de a produção de opiáceos ter encolhido 45% entre 2007 e 2010, a ONU avança que a recuperação dos plantios de papoula no Afeganistão após a praga do ano passado fará com que aumente de novo a produção de ópio.
O cannabis é com ampla vantagem a substância ilícita mais produzida e consumida no planeta, com entre 125 milhões e 203 milhões de pessoas de consumidores (ao menos uma vez) no ano passado.
A plantação de maconha está espalhada por todo o mundo, mas a resina de cannabis concentra-se em dois países: Marrocos, que abastece o mercado da Europa Ocidental e África Setentrional, e o Afeganistão, que fornece os mercados da Ásia.
Os estimulantes anfetamínicos, incluindo o MDMA, conhecido como 'êxtase', são consumidos por entre 13,7 milhões e 56,4 milhões de pessoas, uma ligeira alta na comparação com os anos anteriores.
A ONU não tem estimativas sobre a fabricação destas substâncias em 2010, embora garanta que existem indícios de crescimento da produção, a julgar pelo fato de as apreensões terem aumentado em 169% respeito ao ano anterior.
Especialmente preocupante para a ONU é 'a alta vertiginosa da produção, o tráfico e o consumo' destas drogas na Ásia.
Além das drogas 'tradicionais', o relatório adverte que disparou a demanda por substâncias não submetidas a controles internacionais, como a piperazina, usada por veterinários para combater lombrigas intestinais em aves e que provoca, em quem a ingere, estados de euforia e excitação.
A ONU adverte ainda sobre o avanço do consumo de substâncias que não estão dentro dos tratados internacionais e podem representar sérios prejuízos à saúde pelo alto teor de toxicidade.
Multiplicou-se da mesma forma a demanda por substâncias sintéticas que imitam os efeitos da cannabis e podem ser obtidas pela internet e em lojas especializadas conhecidas como 'smart shops'.
*** Copyright (c) Agencia EFE, S.A. 2010, todos os direitos reservados.
*** Copyright (c) Agencia EFE, S.A. 2010, todos os direitos reservados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário