FONTE: DA BBC BRASIL (www1.folha.uol.com.br).
O Relatório Mundial sobre Drogas, lançado na quinta-feira (23) pela agência da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC), revela que, embora tenha havido uma estabilização no consumo mundial de drogas tradicionais como heroína e cocaína, há uma tendência de aumento no uso não-medicinal de drogas prescritas, inclusive no Brasil.
"O uso não-medicinal de drogas de prescrição, como tipos de opioides sintéticos, tranquilizantes e sedativos, ou de estimulantes prescritos, é um crescente problema de saúde em vários países", afirma o relatório.
Na América do Sul, o documento aponta alto uso de opioides prescritos no Brasil e no Chile. Ambos os países, além da Argentina, também registraram altos índices de consumo de ATS (estimulantes sintéticos do grupo das anfetaminas), em sua maior parte prescritos legalmente como anorexígenos ou para o tratamento de transtorno de deficit de atenção, mas desviados para o uso não-medicinal.
O relatório diz que drogas prescritas substituem outras drogas ilícitas por serem consideradas menos nocivas, já que são indicadas por médicos, por serem mais baratas que drogas proibidas e por serem mais aceitas socialmente.
Outro fator para a crescente popularidade dessas drogas, segundo a UNODC, é que pacientes as compartilham ou as vendem para parentes e amigos. O órgão diz que seu uso é especialmente comum entre jovens adultos, mulheres, idosos e profissionais da saúde.
INTERNAÇÕES.
O documento aponta que os efeitos nocivos do maior consumo dessas drogas já é notado: nos Estados Unidos, onde há dados mais detalhados sobre o tema, o número de internações relacionadas a opioides prescritos cresceu 460% entre 1998 e 2008 e já supera o de casos ligados a drogas ilícitas.
O documento aponta que os efeitos nocivos do maior consumo dessas drogas já é notado: nos Estados Unidos, onde há dados mais detalhados sobre o tema, o número de internações relacionadas a opioides prescritos cresceu 460% entre 1998 e 2008 e já supera o de casos ligados a drogas ilícitas.
Entre as pessoas que começaram a usar drogas nos EUA em 2009, 2,2 milhões iniciaram o consumo com analgésicos, número próximo dos que iniciaram o uso com maconha.
O relatório revela ainda um aumento acentuado nas overdoses causadas por opioides prescritos no país: de 4 mil em 2001 para 11 mil em 2006. Segundo o documento, tendências similares são verificadas em outros países.
Outra preocupação apontada pelo documento é a crescente combinação entre drogas lícitas e ilícitas, para acentuar o efeito da droga principal.
HEROÍNA.
Além do aumento no uso de drogas prescritas, o Relatório Mundial sobre Drogas aponta estabilização no consumo de heroína na Europa e declínio no uso de cocaína na América do Norte - os principais mercados para essas drogas.
Além do aumento no uso de drogas prescritas, o Relatório Mundial sobre Drogas aponta estabilização no consumo de heroína na Europa e declínio no uso de cocaína na América do Norte - os principais mercados para essas drogas.
No entanto, houve aumento no uso de cocaína na Europa e na América do Sul na última década e expansão do uso de heroína na África.
O relatório aponta ainda que o plantio de ópio (matéria-prima da heroína) e coca hoje está limitado a poucos países, mas que os índices de produção de heroína e cocaína continuam altos.
Embora 2010 tenha registrado uma queda substancial na produção de ópio, o documento atribui a queda a uma praga que atingiu áreas rurais do Afeganistão, um dos maiores produtores da droga.
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