FONTE: Leidiane Brandão, TRIBUNA DA BAHIA.
A informação foi revelada em pesquisa publicada na edição on-line da revista médica americana The Lancet.
Durante o processo de estudos foram avaliados o estilo de vida, fatores médicos e sociais de 1,3 milhão de mulheres britânicas entre 50 e 65 anos. Os pesquisadores acompanharam o estado de saúde dessas mulheres ao longo de 12 anos, período em que 66 mil delas morreram. Das 30 causas mais comuns relacionadas as mortes, 23 foram aumentadas significativamente em fumantes, por câncer de pulmão.
O médico e coordenador do programa de tabagismo do Distrito Sanitário no Subúrbio Ferroviário, Paulino Gões, afirma não ter tido conhecimento da pesquisa, mas acredita ter fundamento já que estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostrou que após um fumante passar três semanas sem fumar a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.
Após um ano, o risco de morte por infarto reduz na metade e de cinco a 10 anos sem fazer uso do cigarro, o risco de um ex-fumante sofrer um infarto do miocárdio é igual a quem nunca fumou. Já pessoas com idade até 50 anos que deixaram de fumar há pelo menos 20 anos a probabilidade de contrair um câncer de pulmão é igual a quem nunca fumou.
Ainda de acordo com o especialista, em Salvador, houve um aumento significativo entre os jovens de 18 a 25 anos que passaram a fumar nos últimos anos, sendo que desse percentual, as mulheres são maioria. Ele aponta alguns problemas ocasionados pelo cigarro para esse grupo como a dismenorreia com intensidade, conhecida popularmente como “cólica menstrual”, aparecimento de acne, infertilidade, câncer de pulmão e boca. Nos casos de gestantes, aborto precoce e alteração no feto levando a deformidade, entre outros. Nos homens, disfunção erétil, esterilidade, câncer de pulmão, entre outras doenças
SUS oferece tratamento.
Responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil, o tabagismo é reconhecido, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma doença epidêmica. A dependência da nicotina faz com que os fumantes se exponham continuamente a mais de quatro mil substâncias tóxicas, fator de risco para aproximadamente 50 doenças, principalmente as respiratórias e cardiovasculares. Atento a esse cenário, em Salvador o Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) oferece assistência gratuita para quem deseja abandonar o vicio desde o acompanhamento do paciente por profissionais de saúde até a oferta de medicamentos.
O tratamento, através do Programa, consiste em quatro sessões de grupo, coordenadas por profissionais de saúde, entre eles médicos, psicólogos e assistentes sociais. O atendimento acontece uma vez por semana, por um período de quatro semanas. Inicialmente é realizada uma avaliação clínica e aplicado um teste para estimar o grau de dependência do usuário e, a partir daí conduzir o tratamento com o foco na abordagem cognitivo-comportamental. “Ao procurar apoio para deixar de fumar, o paciente realiza exames e passa por uma avaliação clínica, onde o profissional identifica qual a relação dele com o cigarro e traça um plano terapêutico para ele”, explica Pablo Leal,coordenador (PMCT).
Caso haja indicação, são prescritos também medicamentos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina. “O objetivo é fazer com que a pessoa reflita sobre os benefícios de uma vida sem cigarro e se mantenha firme na decisão”, completa Leal. O tratamento é realizado por meio de consultas individuais ou sessões em grupo para a prevenção a uma possível recaída.
O coordenador explica ainda que embora o programa tenha sido elaborado para ser aplicado em apenas quatro sessões iniciais com cartilhas para orientação dos pacientes, dando seguimento ao tratamento, são realizados, também, um encontro quinzenal e os demais mensais para incentivar e apoiar a manutenção das mudanças, sem estimular a dependência dos participantes ao grupo.
Em Salvador, 364 pessoas já foram atendidas pelo (PMCT), destes 163 deixaram de fumar ao final do tratamento.
De acordo com Leal, embora os dados preliminares apresentados pelo Ministério da Saúde (MS) em 2011, para Salvador, revelem um percentual de 8,6% de adultos fumantes, colocando a capital baiana dentre as que possuem a menor prevalência de fumantes, o tabagismo é uma epidemia e a principal causa de morte evital no mundo e deve ser encarado com a mesma seriedade das outras drogas . “Na maioria das vezes é muito difícil deixar o habito de fumar sozinho. Por isso, é importante buscar ajuda profissional para enfrentar o problema”, alertou.
Os pacientes que desejarem participar do programa devem entrar em contato com as unidades de saúde listadas abaixo para informar-se sobre a iniciação dos grupos
Postos de atendimento:
-- UBS PROF. MARIO ANDREA Rua Fortunato Benjamin Saback, s/n – Sete Portas - 3611-2958
-- USF IOLANDA PIRES Rua Direta da Fazenda Grande I, Quadra F, 2ª etapa - 3611-5371/5369
-- USF CANDEAL PEQUENO Rua 18 de Agosto, s/n – Candeal 3611-3604/2958
-- CAPS AD PERNAMBUES Rua Conde Pereira Carneiro, 241 - Pernambués - 3460-1957
-- UBS PROF. EDUARDO B. MAMED Setor E, Rua 1, Caminho 16 –Mussurunga - 3611-7216/7217
-- UBS PIRES DA VEIGA Rua Direta de Pau da Lima, s/n, Pau da Lima - 3611-7830/7831/7852
-- C.S. SAO FRANCISCO Rua Dr. José Duarte, 186 – Tororó 3611-4130/6823
-- USF FEDERACAO Rua Pedro Gama, s/n B – Federação - 3611-1332
-- CRDC ADRIANO PONDE Rua Visconde de Itaboray, s/n, Amaralina - 3611-3538/3539
-- HOSPITAL ESPECIALIZADO OTAVIO MANGABEIRA - Pça Conselheiro João Alfredo, S/N – Pau Miúdo - 3117-1758
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