FONTE: Isabela Leal, do UOL, em São Paulo (mulher.uol.com.br).
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Se você pensa que o ácido hialurônico é usado apenas para aumentar o volume dos lábios e amenizar as rugas faciais, por meio da técnica de preenchimento, enganou-se. De uns tempos pra cá, a substância tem se mostrado versátil e, o melhor, eficaz em outras áreas da estética, mais precisamente no tratamento da celulite. O ativo usado para atacar os furinhos é da mesma “família” daquela utilizada para tratar os sinais da idade no rosto, o que muda é o peso das moléculas. “O tipo adequado tem partículas maiores, que é indicado apenas para o corpo. O que é utilizado no rosto é mais delicado e tem absorção mais rápida”, explica a dermatologista Meire Brasil Parada, colaboradora da Unidade de Cosmiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “As moléculas são bem maiores justamente para dar um preenchimento maior, abaulando a pele da região afetada, de maneira que se torne plana; e também para proporcionar um resultado mais duradouro”, completa o dermatologista Adilson Costa, coordenador do Núcleo de Pesquisa Clínica em Dermatologia da PUC-Campinas (SP). Veja a seguir todos os detalhes sobre o procedimento.
Como é feito.
O preenchimento com ácido hialurônico consiste na aplicação injetável da substância em áreas “estratégicas”, de maneira que toda a região de depressão seja preenchida. A anestesia geralmente é tópica, mas vai depender da resistência de cada paciente. Nos casos mais críticos de celulite, o preenchimento com ácido hialurônico precisa ser combinado a outros métodos para ter resultado como, por exemplo, a subcisão, que requer anestesia local.
Mecanismo de ação.
Para a celulite leve:Basta o preenchimento de ácido hialurônico. “O principal efeito do ácido hialurônico é preencher a área deprimida da celulite, melhorando o aspecto da pele e em alguns casos amenizando também a flacidez associada à celulite”, explica a dermatologista Doris Hexsel, investigadora principal do Centro Brasileiro de Estudos em Dermatologia e autora do livro Anticelulite (Ed. Doris Hexsel). “Depois de depositado na região a ser tratada, o ácido hialurônico passa a atrair água para o seu interior, dando um aspecto uniforme à área, uma sensação de maciez ao toque e repondo o volume comprometido pela depressão da celulite”, justifica Adilson Costa.
Para a celulite moderada e grave:Nesses casos, em que o problema está mais avançado, o ácido hialurônico sozinho não é suficiente. “Os preenchimentos têm indicações limitadas. O ideal é sempre associar outros tratamentos, para obtenção de um melhor resultado”, diz Doris Hexsel. Um dos mais indicados é a subcisão, que consiste na ruptura das fibroses que tracionam a pele e formam o aspecto acolchoado. “Como existe um septo repuxando a pele, ele precisa ser cortado, para depois ser feito o preenchimento, que, inclusive, pode ser feito de forma natural pelo organismo ou através do preenchimento com ácido hialurônico especial”, esclarece Doris Hexsel. “Tanto é que em pacientes que fazem apenas a subcisão, o organismo tende a estimular a produção natural de colágeno, que ameniza o aspecto da celulite”, completa Meire Parada.
Problemas agregados.
De um modo geral, quem tem celulite pode ter algumas outras alterações como flacidez, sobrepeso e nódulos de gordura na área repuxada – todos são reflexos das mesmas causas, em grau menor ou maior. “As causas são multifatoriais e envolvem questões hormonais, genéticas, de sobrepeso ou obesidade, ser ou não fumante, praticar ou não atividade física regularmente etc. Sendo assim, o ácido hialurônico é um tratamento mecânico, de preenchimento, que não combate a causa, da mesma forma como não trata, por exemplo, os nódulos de gordura”, destaca Meire Parada. Concorda com a colega, o médico Adilson Costa: “É um tratamento sintomático, isto é, não trata a disfunção que provocou a celulite”,diz.Em relação à flacidez, nos casos mais amenos pode até ocorrer uma melhora. “A função do ácido hialurônico é apenas preencher as áreas com perda de volume, mas ao restaurar o volume de uma determinada área, a pele que está por cima pode apresentar melhora na flacidez cutânea”, acredita Doris Hexsel.
Resultados e duração.
Os resultados são imediatos, mas é preciso um tempo (de 12 a 15 dias, em média) para que os hematomas provocados pelas picadas e incisões (no caso da subcisão) desapareçam.
Quanto à duração, não é possível estabelecer um período. “Vai depender do grau da celulite, da pele e do organismo de cada um”, explica Meire Brasil Parada. O dia a dia clínico dos pacientes mostra que os efeitos desse método podem durar de oito a 15 meses, em média. “Há estudos que mostram que em 24 meses alguns pacientes ainda apresentavam algum efeito”, pontua Doris Hexsel.
Regiões do corpo beneficiadas.
“É indicado para qualquer área, cujo tecido adiposo apresente depressões”, resume Adilson Costa. Todas as regiões com mais incidência do problema, como lateral e parte de trás da coxa e glúteos respondem bem ao método de preenchimento com ácido hialurônico.
Contra-indicações.
Mulheres grávidas ou que estejam amamentando, pessoas com flacidez avançada, distúrbios de coagulação ou que estejam fazendo uso de anticoagulantes e portadores de doenças autoimunes como lúpus, vitiligo, diabetes tipo 1, psoríase e artrite reumatoide ou quem estiver com inflamação ou infecção na área a ser tratada.
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