domingo, 30 de janeiro de 2011

ABORTO NÃO AUMENTA RISCO DE PROBLEMAS MENTAIS, DIZ ESTUDO...

FONTE: DA ASSOCIATED PRESS (www1.folha.uol.com.br).
O risco de desenvolver problemas mentais não aumenta com o aborto. Mas pode aumentar com o nascimento do primeiro filho.
É o que sugere uma pesquisa feita pela Universidade de Aarhus, Dinamarca --um dos maiores estudos que comparou as consequências de ambas as situações.
O trabalho desbanca a noção de que interromper uma gravidez pode desencadear problemas mentais e mostra que a depressão pós-parto pode ser um fator muito mais importante para que isso ocorra.
O estudo analisou 365.550 adolescentes e adultas que sofreram um aborto ou que tiveram o primeiro filho entre 1995 e 2007. Nenhuma tinha histórico de algum problema mental que tivesse de ser tratado em alguma instituição hospitalar.
No período de estudo, 84.620 abortaram e 280.930 tiveram um filho.
Os pesquisadores compararam os índices de mulheres que procuraram algum serviço de saúde mental, antes e depois do primeiro aborto. Nos doze meses seguintes ao aborto, 15 em mil mulheres precisaram de ajuda psiquiátrica --semelhante à taxa das que procuraram ajuda nos nove meses antes do aborto.
Segundo os autores do estudo, as mulheres que optaram pelo aborto eram provenientes de meios demográficos mais propensos a desenvolver problemas emocionais. Estatísticas mostraram que uma ampla porcentagem delas tinha problemas financeiros e que suas taxas de gravidez eram acima da média.
Já as mães de primeira viagem sofriam menos de problemas mentais, mas a proporção daquelas que procuravam ajuda após o nascimento do filho aumentava bastante. Cerca de 7 entre mil delas recorria a um serviço de saúde mental dentro de um ano após terem dado à luz; antes do parto, o índice era de 4 em mil.
Os problemas mais recorrentes nos dois grupos de mulheres eram ansiedade, estresse severo e depressão.
Os resultados foram publicados na edição da última quinta-feira do "British Medical Journal". O estudo foi financiado pelo Danish Medical Research Council e pela Fundação Susan Thompson Buffett, que apoia organizações e projetos pró-aborto.
O estudo não analisou o motivo da interrupção da gravidez. Pesquisadores também só estudaram problemas mentais sérios o bastante para que precisassem ser tratados em clínicas ou hospitais, e não se ativeram depressões menos severas ou outros problemas não tão graves.
Em um estudo anterior, publicado em 2006, foi apontado que mulheres mais novas tinham maiores riscos de desenvolver problemas mentais, não apenas depressão pós-parto.
Mudanças nos níveis hormonais, privação do sono e outros problemas associados a ter um filho poderiam desencadear doenças mentais, dizem os especialistas. Em compensação, mulheres que sofreram um aborto não experimentaram esse tipo de mudança.
Os achados refletem uma ampla revisão feita em 2008 pela American Psychological Association, que não encontrou evidências de que interromper uma gravidez indesejada poderia ameaçar a saúde mental da mulher.

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