FONTE: DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
Nem todos os medicamentos industrializados podem ser manipulados, segundo Maria da Penha do Amaral, professora de farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
"Muitos comprimidos dependem de tecnologia específica para serem produzidos e exigem um revestimento externo adequado."
É o caso de alguns medicamentos de ação prolongada, que agem no organismo por mais tempo, como alguns remédios para depressão, ansiedade ou controle de pressão arterial.
Para a professora, a manipulação dessas substâncias faz com que o efeito não seja o esperado -a ação pode ser insuficiente ou causar reações adversas.
A pesquisadora da Fiocruz Ana Célia Pessoa da Silva inclui hormônios (como anticoncepcionais ou remédios para tireoide) na lista de remédios que não deveriam ser manipulados.
"São substâncias que requerem alta tecnologia e precisão. Não podem ser feitas artesanalmente", diz.
De acordo com ela, não há como garantir a segurança, porque o conteúdo não é uniforme.
"Cada fórmula é única. É como se cada remédio fosse um lote diferente."
Maria do Carmo Garcez, da associação de farmácias de manipulação, admite que esses estabelecimentos não podem preparar tudo o que a indústria produz.
"Cabe ao farmacêutico, com a sua formação especializada, dizer que sua farmácia não pode preparar determinada substância", afirma Garcez.
De acordo com a Anvisa, "a possibilidade de manipular um medicamento está diretamente ligada à competência técnica desses estabelecimentos."
A única coisa proibida, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia e o Conselho Federal de Medicina, são as associações entre medicamentos anorexígenos (para emagrecer) e outras substâncias, como anfetaminas.
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