FONTE: Julio Soria Florido, EFE (verde.br.msn.com).
Você sabia que a grande maioria dos vibradores é fabricada com materiais tóxicos? Está consciente da quantidade de energia elétrica que poderia ser economizada se a luz fosse apagada durante as relações sexuais? Pensou alguma vez que um jantar romântico pode ser feito com alimentos ecológicos?
Se a resposta for não nos três casos, talvez devesse seguir alguns dos conselhos da jornalista Begoña García em "Ecosex", um livro que dá dicas de como aproveitar o sexo sem privações e, ao mesmo tempo, sem efeitos colaterais para o meio ambiente.
"É uma espécie de ensaio humorístico que aborda questões sobre o consumo responsável,como a escolha de produtos com uma série de critérios ambientais e sustentáveis, como usá-las da maneira certa, como reciclar... E tudo aplicado a situações amorosas, eróticas e sexuais", explica a autora em entrevista à Agência Efe.
Dividido em quatro partes, "Ecosex" reúne uma série de pequenos gestos que todo cidadão pode fazer para contribuir com o cuidado de nosso habitat, seja na hora de comprar roupas, na escolha de um determinado anticoncepcional ou nas diferentes maneiras de lubrificar as partes íntimas.
Como não se deve pular nenhuma etapa, o livro começa com as "Preliminares", ou seja, os primeiros passos que ninguém deve esquecer se quer ter uma boa relação sexual. Que ninguém espere fórmulas
Há quem goste dos aromas fortes e penetrantes, mas não se deve exagerar, já que um bom cheiro corporal é ótimo para atrair o sexo oposto. Neste caso, a opção mais aconselhável é tomar uma boa ducha e usar sabonete ecológico.
E cuidado com os perfumes tradicionais, muitos deles "podem provocar danos que afetam a saúde, como a perda de qualidade do sêmen no homem e a alteração hormonal na mulher".
Nossa aparência tem um papel fundamental para chamar a atenção de quem nos rodeia, mas não há necessidade de comprar roupas feitas com poliéster ou couro sintético. É possível ficar "ecobonito" com blusas de algodão ecológico, calças de linho ou camisas de seda.
Talvez o mundo tenha um caso excepcional, mas os mortais comuns precisam sair para encontrar seu parceiro nas artes sexuais. Na hora de ir para a rua o mais respeitoso com o meio ambiente seria usar transporte público, mas o livro de Begoña também propõe alternativas como a bicicleta e o patins. Não é muito prático para ir beber em um bar, mas pelo menos não prejudica a camada de ozônio.
Pouco importa se é um casal estável ou um primeiro encontro, os jantares românticos não deveriam nunca ser feitos com alimentos enlatados. O mais saudável, para o indivíduo e a natureza, é elaborar um saboroso menu a base de carne, peixe ou verdura ecológica, priorizando sempre a compra de alimentos locais em relação aos importados de outros países.
Mas todo comportamento, por mais nobre que seja, esconde algum problema. "Comprar este tipo de alimento é mais caro e as alternativas são bem menores", lamenta Begoña, que advoga por um maior espírito crítico dos consumidores: "Temos que aprender a entender o que são essas palavrinhas que aparecem nos rótulos".
Estas indicações não são válidas apenas em nossos afazeres diários, mas também nas relações sexuais. Da próxima vez que for comprar uma cama, deixe-se levar pelo conforto do ferro e do alumínio - materiais 100% recicláveis - e se gosta de sexo na água, use sempre a água fria.
Por mais que a temperatura agradável favoreça a prática sexual, o "Ecosex" nos previne do uso abusivo do aquecimento ou do ar condicionado. No verão, tente aproveitar as horas mais frescas do dia, e no inverno tente ficar em um espaço íntimo e fácil de aquecer.
Chegado o momento de brincar entre os lençóis, Begoña García nos sugere um sexo muito doce com degustação de melancias, morangos e figos. Não precisa ficar tímido na hora de colocar açúcar ou creme, mas deixe de lado os frascos de spray.
"O sexo pode melhorar com um toque de cor. Se deve prolongar a sessão, deixá-la mais íntima, com mais preliminares... Não têm porque fazer quatro carícias e chega", assegura a autora de "Ecosex", uma obra que também mergulha no sugestivo universo das técnicas de masturbação.
"O sexo pode melhorar com um toque de cor. Se deve prolongar a sessão, deixá-la mais íntima, com mais preliminares... Não têm porque fazer quatro carícias e chega", assegura a autora de "Ecosex", uma obra que também mergulha no sugestivo universo das técnicas de masturbação.
Begoña também detalha uma ampla variedade de brinquedos eróticos que podem ser usados na busca do prazer, seja a dois ou sozinho.
Para elas, o livro tem um rico catálogo de produtos naturais - cenouras, abobrinhas, bananas - ou artificiais - vibradores, bolas chinesas-, enquanto eles podem recorrer às bonecas infláveis ou simuladores de vagina e ânus. Em ambos os casos é preciso tomar precauções: as verduras podem conter pesticidas e muitos brinquedos industriais são fabricados com materiais tóxicos, caso do PVC, do silicone e dos metais cromados.
"Muitos advertem que só podem ser usados com preservativo. Trata-se de materiais que são feitos com derivados de petróleo e é preciso ter cuidado na hora de colocá-los. Se tiver que escolher entre um vibrador de borracha e um de vidro, prefira sempre o de vidro, que contamina menos em sua fabricação e dá um prazer muito parecido", indica Begoña.
Uma vez esgotada sua vida útil, todos os produtos têm que ser reciclados, uma tarefa à qual muitos ainda não se acostumaram. "Há postos de reciclagem na grande maioria das cidades, mas as pessoas não perguntam onde ficam", finaliza a jornalista.
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