sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

UMA LISTA MUITO RESTRITA...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.
O prefeito Luiz Caetano elegeu-se ontem presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB, sigla em memória do tempo em que a entidade tinha a denominação de União dos Prefeitos da Bahia e, depois, de União das Prefeituras da Bahia, até chegar-se à conclusão de que seria mais “republicana” a nomenclatura atual).
O governo Wagner e o PT, nos últimos dois anos, quando a UPB foi conquistada e sua presidência ficou sob o controle do PMDB comandado pelo deputado Geddel Vieira Lima, aprenderam que a entidade tem significação política. Vitorioso nas eleições de outubro último para o governo estadual, Congresso Nacional (bancadas baianas) e Assembléia Legislativa, o governismo baiano tratou de incluir em seu patrimônio político também a UPB.
Caetano, se precisou brigar para chegar ao cargo, foi bem antes de alcançá-lo. Na fase final das articulações, porque não houve propriamente campanha, tornou-se notória a circunstância de que ele e sua base de sustentação política eram suficientes para afastar a hipótese de um competidor à altura, razão pela qual empreendeu-se a caminhada para uma chapa única.
Claro que uma chapa única, sem litigantes, reduz o interesse na votação. E a composição da chapa, especialmente se realizada sem cuidados extremos, deixa descontentes. Terá sido por estes dois motivos, provavelmente mais pelo segundo que pelo primeiro, que houve uma grande abstenção. Na eleição anterior para a direção da UPB, houve apenas 25 abstenções. Na eleição de ontem, 90 das 417 prefeituras baianas não votaram.
Cumpre uma observação. O novo presidente da UPB é prefeito reeleito de uma das mais importantes cidades da Bahia, Camaçari, é do PT e foi o coordenador geral da campanha do governador Jaques Wagner à reeleição. Com a eleição de ontem, Caetano dá mais um passo para confirmar sua presença, ainda que por enquanto muito discreta, na restrita lista de possíveis candidatos à sucessão de Wagner nas eleições de 2014.
Partindo da premissa de que o candidato do PT, do governo e de Wagner (que a partir de abril de 2014 poderá já não estar no cargo, mas preparando-se para disputar a cadeira de senador que estará em jogo) seja necessariamente alguém filiado ao PT – que detesta abrir mão dessas coisas – há dois nomes em posições bem menos discretas que a de Caetano na lista de possíveis candidatos ao governo.
No momento, o primeiro, com mais destaque, digamos, na pole position, é José Sérgio Gabrielli, eficiente presidente da Petrobrás em todos os sentidos. Na verdade, é até tentador fazer uma “lista” somente com o nome dele.
Mas como isso não seria uma lista e como, também – como dizia o carrancudo ex-ministro da Justiça do ex-presidente Ernesto Geisel, Armando Falcão, “o futuro a Deus pertence” – pode-se, ao lado de Caetano, inscrever também o senador eleito Walter Pinheiro.

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