BRINCANDO DE RÁDIO (PARTE DEZ)...

Nem sempre no rádio as coisas acontecem como imaginamos do lado de fora. Contei aqui na matéria de ontem o que me aconteceu quando fui realizar entrevista com o governador do Estado, outros casos têm acontecido ou aconteceram sem que o ouvinte ouvisse, visse ou percebesse.

Existem aqueles que gostam de matar e depois ressuscitar as pessoas, certo dia um empresário da cidade bastante doente, deu entrada em uma casa de saúde da cidade, enquanto a noticia já corria em determinada emissora de rádio que o empresário havia falecido cerca de meia hora antes, passado algumas horas o funcionário da rádio que deu a noticia entro no ar e disse: “A NOTICIA QUE DIVULGAMOS INSTANTES ATRÁS NÃO É VERDADE, O EMPRESÁRIO ESTÁ INTERNADO E SEU ESTADO TUDO INDICA QUE É O PIOR POSSIVEL”, isto é a sede de dá a noticia como muitos dizem em primeiro lugar, mesmo sem a responsabilidade de apurar para ver se tem fundamento.

Um outro funcionário da mesma emissora em seu horário divulga que um jovem que havia sofrido acidente de moto e estava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE) havia falecido, com isto, o gerente da outra emissora liga para o responsável pelo setor de noticias e dá uma bronca dizendo que a concorrente deu a noticia na frente e que o jovem havia falecido, muito calmamente o funcionário ouve a toda bronca e diz ao chefe, “SE O RAPAZ MORREU O OUVINTE TERÁ A NOTICIA NO MINIMO DETALHE E NA HORA CERTA”, desliga o telefone e de imediato faz uma ligação para o pai do jovem acidentado e que já estava como morto para o funcionário de uma das emissoras, muito gentilmente o pai que estava colocando este por dentro de tudo que vinha acontecendo com seu filho, mais uma vez atendeu e disse, graças a DEUS meu filho melhorou e já deve sair da UTI ainda hoje, quem levou a bronca do “chefe” ficou quieto no dia seguinte ao participar do programa com toda calma informou aos ouvintes a noticia verdadeira e passada pelo pai da vitima, quinze dias depois deste fato, o jovem morre na capital, de imediato o pai do mesmo liga para o funcionário com quem mantinha contato e passa a noticia triste, o repórter de imediato chama para o estúdio, entra no ar e com detalhes desde o dia do acidente noticia a morte do jovem rapaz. Em seguida liga para seu “chefe” e pergunta “VOCÊ ESTAVA OUVINDO A RÁDIO?

Teve a negativa como resposta, ai foi a vez dele dizer, noticia como você nos cobra é coisa séria e isto eu faço a anos, lhe informo agora que o rapaz que mataram a quinze dias atrás faleceu a meia hora atrás e já demos a noticia, se você queria exclusividade tenha certeza que dei a noticia correta e em primeiro lugar.

E foi mais além na conversa pelo telefone com o “chefe” não faço questão de dá a noticia por último quero dá noticia verdadeira para depois não ser preciso voltar para consertar ou então ter nas costas um processo a responder.

Um outro funcionário de rádio liga para um “colega” e diz olha aconteceu a pouco um grave acidente na BR 116 e com vitimas fatais, entra no ar e dá logo a noticia e depois você confirma com a Policia Rodoviária Federal (PRF), só que o avisado tem a cautela de ligar antes para confirmar se realmente aconteceu o tal acidente, a surpresa foi grande pois os Policiais no plantão dizem “GRAÇAS A DEUS NAS ÚLTIMAS HORAS ESTÁ TUDO TRANQUILO”, os agradecimentos são feitos e telefone desligado, cerca de uma hora depois a pessoa volta a ligar e ai rapaz você não de a noticia ainda por que?

O avisado mais uma vez com toda calma responde rapaz estou de folga e não vou dá esta noticia agora não, o acidente foi que horas, do outro lado o “traíra” responde a cerca de meia hora atrás, ele mais uma vez é inquirido como você ficou sabendo?

Na maior cara de pau ele diz eu passei no local do acidente e vi lá a bagaçeira (termo usado para acidentes de grandes proporções, com várias vitimas), mais uma vez ele é inquirido, e por que você não dá a noticia, o elemento fica sem graça e desliga o telefone mas antes diz, “DEPOIS VOCE DIZ QUE NÃO LHE AVISEI”, no outro dia ao participar do programa não se ouviu falar deste acidente. E o informante quebrou a cara pois ele queria colocar o “colega” na fria (divulgar uma coisa que não aconteceu).

Isto acontece no rádio e fora dele, muitas vezes você percebe e em outras nem percebe e nem fica sabendo, pois o corporativismo acontece nestas situações. Em toda profissão e em todo meio tem “traíra” (não o peixe), mas gente preparada para puxar seu tapete e ficar bem na fita com os chefes.