FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
Basta dar uma olhada nos veículos que circulam pelas principais avenidas congestionadas da cidade para perceber motoristas com os vidros fechados e olhares atentos ao que ocorre aos arredores. Essas medidas fazem parte de prevenções dos condutores para evitar serem vítimas de assaltantes. Desde o dia 1º até o dia 24 deste mês, a polícia registrou 258 automóveis roubados e furtados na capital e Região Metropolitana.
Para driblar esses cuidados dos motoristas, as quadrilhas especializadas em assaltos de carros estão mudando seus hábitos e já adotam outras táticas. Na semana passada, a professora Keliane Brandão contou que estava seguindo com o seu veículo pela Avenida Anita Garibaldi, quando um carro com quatro homens dentro bateu na lateral do seu veículo, após lhe dar uma "fechada".
“Na hora, não pensei em outra coisa a não ser em assalto. Imediatamente, joguei a direção para a outra pista e por pouco não bati em outros veículos e, por sorte, a esquerda da pista estava livre e peguei o retorno, mudando o trajeto que fazia. Ao passar para a outra pista, eu vi dois deles ainda descendo do carro para me assaltar e, como chamou atenção de outros condutores, eles acabaram desistindo.
Se não tivesse atenta e se a pista não tivesse livre, com certeza eles iriam roubar o meu carro. Eu nem me preocupei com o estrago feito no momento da batida, só queria me livrar de ser mais uma vítima”, revelou a professora. O delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Augusto Cesar Eutáquio, disse que está preocupado com a quantidade de roubos e furtos de veículos, mas ressaltou que várias equipes da polícia estão preparadas para investigar os autores desses delitos e prendê-los.
“Estamos aumentando o nosso efetivo. A delegacia está passando por reformas e, em breve, será inaugurada, oferecendo um serviço de qualidade à sociedade. Além disso, estamos com vários cursos de capacitação que ampliam os conhecimentos dos nossos policiais”, falou o delegado.
Por dia, o sistema da polícia chega a computar de 6 a 9 veículos roubados e furtados. Já durante os fins de semana, esses números muitas vezes chegam a triplicar. Os lugares mais cobiçados pelas quadrilhas, segundo Eustáquio, continuam sendo os bairros da Pituba, Brotas, Imbuí, Itapuã e a orla marítima.
“Nessas regiões onde se concentram os barzinhos, restaurantes, casas noturnas e o movimento de pessoas, chamam atenção dos ladrões. Nós estamos desenvolvendo várias operações nos fins de semana para impedir ataques dos marginais e identificá-los”, acrescentou o delegado.
Na semana passada, uma empresária que não quis se identificar estava saindo de uma igreja localizada no bairro de Boca do Rio, em frente ao Aeroclube, quando foi surpreendida por dois homens armados. Eles ordenaram que todos saíssem do carro. A empresária que estava na companhia do esposo e da filha, entregou o veículo modelo Corolla para os ladrões, que saíram em disparada.
Enquanto ela registrava queixa na DFRV, a polícia informou ter encontrado o carro abandonado numa praia. Os agentes acreditam que os bandidos apenas queriam utilizar o veículo para fazer algum transporte de droga ou para alguma prática de crime.
“Graças a Deus, nada foi levado. Até a carteira do meu marido, eles deixaram sem mexer em nada”, disse a vítima. Mesmo diante desses números de carros roubados e furtados nesses seis primeiros meses, o delegado disse que teve uma redução de 7%, comparado ao mesmo período do ano passado.
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