FONTE: Cristiane Felix, TRIBUNA DA BAHIA.
Elas que já são maioria na população absoluta de Salvador agora partem para representar a maior parte também em altos cargos no mercado de trabalho. De acordo com o Censo 2010, a capital baiana possui 260 mil mulheres a mais do que homens.
Para se ter uma ideia, postos de trabalho antes dominados por eles, como a construção civil, por exemplo, hoje contam com mão de obra feminina muito mais expressiva. E os números apontam para uma tendência ainda melhor. A expectativa de uma das maiores empresas de currículos do país é de que haja, nos próximos anos, crescimento da participação da mulher em cargos de gerência, coordenação e supervisão.
Um levantamento realizado em 2010 pela Catho em mais de 100 mil empresas, revela que as mulheres ocupam cargos mais altos em empresas consideradas de pequeno porte (menos de 50 funcionários). Quase 30% dessas empresas em todo o país possuem mulheres em cargos de presidência ou gerência. No entanto, esse número cai para 12,86% quando consideradas as empresas que possuem acima de 1,5 mil funcionários.
Outra pesquisa realizada um ano antes pela mesma empresa, revelou participação histórica das mulheres nos níveis hierárquicos mais altos: 20,56% em 2009, enquanto que em 1997 o número era de 10,39%. Foi o maior percentual registrado nos últimos 11 anos. Nos cargos de gerência, as mulheres mantêm tendência de crescimento gradativo. Para cargos de gerência e supervisão, os índices passaram de 15,61% para 32,03%, e de 28,85% para 44,68%, respectivamente.
E ainda, destaca-se maior participação feminina nos cargos de chefia, (24,76% para 40,54%), encarregado (36,78% para 53,49%) e coordenador (36,95% para 53,89%), principalmente em empresas de grande e médio porte.
Para Lucelia Borges, consultora da Catho, o crescimento é um indicativo de as mulheres vêm se destacando profissionalmente muito por conta da melhoria educacional. Liderança, flexibilidade e intuição, são alguns dos requisitos apontados pela consultora como básicos para conquista de níveis hierárquicos mais altos, ao mesmo tempo em que são qualidades características inerentes à mulher moderna.
“As empresas têm preferido mulheres inclusive para cargos altos. Depois de experimentar os dois sexos, as empresas perceberam que a mulher tem maior controle emocional, sabe trabalhar em equipe e observa o sentimento humano”, afirmou em entrevista ao portal Folha da Bahia.
RELACIONAMENTO – A conquista por postos de trabalho e cargos antes quase que totalmente ocupados por homens fez com que as relações entre homens e mulheres mudassem.
O assunto é abordado com profundidade no livro Sexo, do médico psiquiatra Flávio Gikovate. Ele defende que o avanço das mulheres nos últimos 40 anos foi muito mais contemplado do que acompanhado pelos homens, e isso criou certa disparidade nos relacionamentos.
“As mulheres avançaram muito ao longo dos últimos 40 anos e em territórios de poder tradicionalmente masculinos. Avançaram na independência econômica, intelectual e ocuparam posições de destaque. Os homens assistiram perplexos e hoje, nem todos os lidam bem com essas mudanças.
Estão com medo dessa nova mulher e elas, por sua vez, nem sempre se interessam por aqueles que não conseguem admirar como mais competentes que elas”, explicou em entrevista
UNIVERSITÁRIAS SÃO MAIORIA NO BRASIL.
No Brasil elas já são a maioria no ensino superior. De acordo com o último Censo da Educação Superior, divulgado no início desse mês, as mulheres representam 55,1% do total de matrículas na graduação e 58,8% do total de formadas em todo o país. E essa tendência é mundial. Um estudo divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no final de outubro de 2010, mostrou que entre América Latina, Estados Unidos e Europa, as universitárias são maioria.
No Brasil elas já são a maioria no ensino superior. De acordo com o último Censo da Educação Superior, divulgado no início desse mês, as mulheres representam 55,1% do total de matrículas na graduação e 58,8% do total de formadas em todo o país. E essa tendência é mundial. Um estudo divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no final de outubro de 2010, mostrou que entre América Latina, Estados Unidos e Europa, as universitárias são maioria.
No mundo, são 77,3 milhões de mulheres em faculdades, enquanto que os homens somam 75,1 milhões de alunos em faculdades. Elas superam eles em 2,2 milhões.
A maior variação está nos Estados Unidos e na União Europeia, onde as mulheres são 19,6 milhões nas universidades (56% do total), contra 15,2 milhões de homens no ensino superior. Na América Latina e no Caribe, o sexo feminino responde por 54% das matrículas nas universidades - a diferença entre os sexos chega a 1,5 milhão.
A ONU revelou também que a quantidade de universitários em todo o mundo mais do que duplicou em duas décadas. Em 1990 eram 66,9 milhões de estudantes, em 2007 o número já superava os 152 milhões de alunos de faculdades.
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