FONTE: Carlos Vianna Junior, TRIBUNA DA BAHIA.
Comida no lixo e gente passando fome é uma combinação que denuncia, ao menos, uma falta de conscientização e responsabilidade social. Infelizmente em Salvador ainda é fácil perceber que esta combinação é recorrente. Apesar de algumas ações de entidades assistenciais, Salvador faz parte de um quadro nacional de desperdício de alimentos que chega a computar 40% de sua produção.
Para Márcia Batista, coordenadora do Mesa Brasil, um programa social desenvolvido pelo Serviço Social do Comércio (SESC) que tenta minimizar este problema em Salvador, a conscientização é a palavra-chave para a solução do problema. “As ações definitivas envolvem todos, desde o governo até o consumidor, passando pelos que estão na cadeia de produção de alimentos”.
A cadeia, ou a rota do desperdício, começa na produção dos alimentos. O transporte de mercadorias é outro vilão, ainda que a culpa possa ser transferida para o estado de conservação das estradas. Mas nesses casos, como enfatiza Márcia Batista, são áreas que dependem muito da atuação do governo.
Quando o alimento chega aos centros urbanos, “aí a responsabilidade passa às mãos dos comerciantes e consumidores”, explica. “Os empresários estão mudando de mentalidade, pois sabem que a responsabilidade social é importante para as suas empresas e por isso eles têm facilitado o nosso trabalho de coleta de alimentos”, explica Márcia.
O banco de alimentos, Mesa Brasil, coordenado por ela, conta com 170 parceiros entre feirantes e grandes empresas como a Parmalat, Danone e GBarbosa. Juntamente com a Mais Social, uma ONG que trabalha em parceria com a prefeitura, a Mesa Brasil, consegue evitar que toneladas de alimentos sejam jogadas no lixo e cheguem a milhares de pessoas carentes.
SOMOS PARTE DO PROBLEMA.
Os consumidos são parte do problema e entre os envolvidos são os que menos estão conscientizados da sua participação no desperdício de alimentos. “Falta um trabalho de educação, muitos não têm ideia do que podem fazer nem do que podem evitar”, explica Márcia Batista.
Os consumidos são parte do problema e entre os envolvidos são os que menos estão conscientizados da sua participação no desperdício de alimentos. “Falta um trabalho de educação, muitos não têm ideia do que podem fazer nem do que podem evitar”, explica Márcia Batista.
Como exemplo de atitudes inconscientes que os consumidores têm na relação com os alimentos, ela cita o “apalpômetro”, como um mal facilmente evitável. “Quando estamos comprando frutas, não temos consciência que ao apertá-las para saber se estão maduras ou não, muitas vezes, as botamos a perder. Acontece o mesmo com os quiabos que partimos a ponta para ver como está por dentro, eles não serão vendidos, vão para o lixo”, informa.
OS RESTOS – Outra grande quantidade de lixo que poderia ser aproveitada é produzida dentro das próprias residências. São os restos de comida que poderiam ser aproveitados. Cascas de frutas e legumes concentram, em muitos casos, mais vitamina e sais minerais que muitos alimentos. “E poucos sabem que elas podem ser aproveitadas”, ressalta Márcia Batista.
Algumas ações estão em andamento no sentido de tentar reduzir este tipo de desperdício. Faz parte das ações educativas do Mesa Brasil oferecer às instituições sociais cadastradas no programa, cursos de aproveitamento integral de alimentos. “Temos uma parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI) que ensina uma culinária alternativa, na qual pratos deliciosos são feitos com o que, muitas vezes, é jogado fora”, informa.
CULINÁRIA ALTERNATIVA.
Para quem quer evitar o desperdício e ainda saborear pratos ricos em nutrientes, seguem duas receitas:
Para quem quer evitar o desperdício e ainda saborear pratos ricos em nutrientes, seguem duas receitas:
BOLO DE CASCA DE BANANA:
VALOR CALÓRICO DA PORÇÃO: 224,68 Kcal
RENDIMENTO: 20 porções
TEMPO DE PREPARO: 1h10
INGREDIENTES:
MASSA: casca de banana 4 unidades
Ovo 2 unidades
Leite 2 xícaras (chá)
Margarina 2 colheres (sopa)
Açúcar 3 xícaras (chá)
Farinha de rosca 3 xícaras (chá)
Fermento em pó 1 colher (sopa)
Cobertura: Açúcar ¨ 1/2 xícara (chá)
Água 1 1/2 xícara (chá)
Banana 4 unidades
Limão 1/2 unidade
COMO FAZER.
Lave as bananas e descasque. Separe 4 xícaras de casca para fazer a massa. Bata as claras em neve e reserve na geladeira. Bata no liquidificador as gemas, o leite, a margarina, o açúcar e as cascas de banana. Despeje a mistura numa vasilha e acrescente a farinha de rosca. Mexa bem. Por último, misture delicadamente as claras em neve e o fermento. Despeje em uma assadeira untada com margarina e farinha. Leve ao forno médio pré-aquecido por 40 minutos. Para a cobertura, queime o açúcar em uma panela e junte a água, fazendo um caramelo. Acrescente as bananas cortadas em rodelas e o suco de limão. Cozinhe. Cubra o bolo ainda quente.
DICA: BANANA É RICA EM POTÁSSIO.
BOLINHO DE VEGETAIS.
VALOR CALÓRICO DA PORÇÃO: 169,84 Kcal
RENDIMENTO: 5 porções
TEMPO DE PREPARO: 30 min
INGREDIENTES: Cascas de chuchu,
de cenoura e de berinjela 3 xícaras (chá)
Talos de agrião e salsa 1/2 xícara (chá)
Cebola ralada 1/2 xícara (chá)
Alho 1 dente Óleo de fritar 2 colheres (sopa)
Farinha de trigo 4 colheres (sopa)
Leite 1/2 xícara (chá)
Água 1/2 xícara (chá)
Arroz cozido 1 xícara (chá)
Farinha de rosca 1/2 xícara (chá)
Óleo de fritar 1 xícara (chá)
COMO FAZER: Lave bem as cascas de legumes e talos de hortaliças, pique-os e reserve. Refogue a cebola e o alho no óleo. Junte as cascas e os talos e, se necessário, 1/2 xícara (chá) de água. Refogue até ficarem macios. À parte, dissolva a farinha de trigo no leite e na água e junte ao refogado. Cozinhe, mexendo sempre, até desprender do fundo da panela. Desligue o fogo e misture o arroz cozido. Modele bolinhas, passe pela farinha de rosca e frite em óleo quente.
DICA: Esta preparação é rica em fibras.
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