quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O PMDB E JOÃO HENRIQUE...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.

O noticiário dá conta de que a Executiva Estadual do PMDB vai se reunir na semana que vem para discutir uma questão “muito desgastante para o partido”, na avaliação do presidente da legenda na Bahia, o deputado eleito Lúcio Vieira Lima.
Ainda segundo o noticiário, Lúcio reconhece que o prefeito não cometeu qualquer transgressão estatutária, mas será examinada uma forma de encarar o problema, “porque o nome do prefeito, sempre associado a fatos negativos, sai na imprensa como filiado ao PMDB”, acarretando, conforme o presidente peemedebista, prejuízo para a legenda.
Lúcio Vieira Lima lembra que o prefeito parou de ouvir “os técnicos e articuladores políticos” do PMDB e avalia que a partir daí a administração de João Henrique entrou em “queda livre”. Segundo Lúcio, uma decisão ainda não havia sido tomada porque a Prefeitura de Salvador não estava “degringolando assustadoramente” como estaria agora. “Antes, o problema era político. Agora, o destaque é político-administrativo, inclusive por causa de casos que vêm à tona de dispensa de licitação”, disse o presidente do PMDB ao blog Por Escrito.
Bem, a direção do PMDB pode estar muito preocupada, mas as coisas provavelmente não são tão simples quanto se reunir e tomar uma decisão. Afinal, o que estaria profundamente preocupando o comando peemedebista seria o fato de a imagem do PMDB e a imagem da administração municipal de Salvador estarem coladas uma à outra. A direção peemedebista está interessada em separar as duas.
Políticos no PMDB e fora dele acreditam que o partido não conseguirá se desvincular facilmente da imagem do prefeito João Henrique. Quando a imagem dele estava bem ruim, na segunda metade do seu primeiro mandato na prefeitura, ele ingressou no PMDB e o partido trabalhou intensamente para mudar o quadro.
O PMDB participou da administração, deu vigoroso apoio a esta e à candidatura do prefeito à reeleição, e, reeleito João Henrique, o PMDB participou até recentemente de sua gestão, numa secretaria, embora nos últimos meses tenha sido afastado de outras secretarias (como a da Saúde, onde o médico José Carlos Brito fazia uma excelente gestão) e mais alguns cargos.
O que faria o PMDB para apagar tudo isso da memória popular? Uma coisa seria efetiva, a proposta e aprovação do impeachment do prefeito. Mas o PMDB tem força para isso, tem os votos na Câmara Municipal para decretar o impeachment? Não tem.Fora isto, o máximo a que poderia chegar seria expulsar o prefeito do PMDB. Mas talvez isso nem desgostasse o prefeito, que já anda procurando outra legenda. E em todo o caso, ele ainda poderia contestar judicialmente a expulsão. De resto, politicamente, esta restaria incompleta, pois o PMDB conseguiria que sua bancada na Câmara Municipal deixasse de apoiar o prefeito? Tudo indica que não. E então expulsaria também os vereadores? Perderia sua estrutura, seus quadros na capital. Dificilmente o comando peemedebista acharia este caminho viável ou interessante.Talvez o melhor caminho, sugerem dois peemedebistas com muita estrada no partido, seja o PMDB “esquecer” João Henrique e tocar a vida.

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